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Bombardeios dos EUA não enfraqueceram EI, diz regime sírio

Segundo chanceler, os ataques não terão nenhum impacto enquanto a Turquia não controlar sua fronteira


	Ataques aéreos dos Estados Unidos na Síria: ataques mataram 963 pessoas
 (Aris Messinis/AFP)

Ataques aéreos dos Estados Unidos na Síria: ataques mataram 963 pessoas (Aris Messinis/AFP)

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Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2014 às 15h30.

Beirute - Os bombardeios contra o grupo Estado Islâmico (EI) realizados há dois meses pela coalizão liderada pelos Estados Unidos não enfraqueceram os jihadistas, estimou o ministro das Relações Exteriores sírio, Walid Muallem.

"O Daesh (acrônimo do EI em árabe) é mais fraco hoje depois de mais de dois meses de ataques da coalizão? Todos os indicadores demonstram que não", disse Muallem em uma entrevista concedida na sexta-feira à rede Al-Mayadeen, com sede em Beirute.

Segundo ele, os ataques não terão nenhum impacto enquanto a Turquia, acusada pelo regime sírio de deixar os jihadistas passarem, não controlar sua fronteira.

"Se os Estados Unidos e os membros do Conselho de Segurança da ONU não fizerem um grande esforço para obrigar a Turquia a controlar sua fronteira (...), nem mesmo os bombardeios da coalizão conseguirão acabar com o Daesh", afirmou o ministro.

Os ataques aéreos da coalizão na Síria desde 23 de setembro mataram 963 pessoas, entre elas 838 jihadistas, 72 da Frente al-Nosra (braço da Al-Qaeda na Síria), 52 civis e um rebelde islamita, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos.

A entrevista de Muallem ocorreu em Moscou, onde abordou com o presidente Vladimir Putin a forma de reativar o diálogo entre o regime e a oposição.

Em uma entrevista com a Al-Manar, rede do Hezbollah xiita libanês aliada de Damasco, Muallem avaliou positivamente a visita, dizendo que as duas partes estabeleceram um mecanismo para assentar as bases de um diálogo.

"A Rússia quer um diálogo (...) interssírio sem ingerências externas", disse.

"É o que queremos, mas a operação requer mais tempo (...) e que a oposição reavalie seus posicionamentos anteriores".

O ministro se referia à principal reivindicação da oposição desde o início da revolta, em março de 2011, ou seja, a deposição do presidente Bashar al-Assad, o que Damasco rejeita categoricamente.

As negociações deste ano em Genebra fracassaram na busca por uma solução para a guerra, que já deixou 200.000 mortos.

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