Talibãs: desde a quinta-feira passada, pelo menos 100 talibãs morreram nos bombardeios, segundo fontes militares (AFP)
Da Redação
Publicado em 25 de fevereiro de 2014 às 07h08.
Islamabad - Pelo menos 30 insurgentes morreram nesta terça-feira por causa de uma nova série de bombardeios da Força Aérea do Paquistão contra refúgios talibãs no cinturão tribal do noroeste do país, informaram à Agência Efe fontes oficiais.
Os ataques ocorreram durante a madrugada em diversos pontos das regiões do Waziristão do Norte e do Sul, segundo um comunicado enviado à Efe por uma fonte militar, que estimou em 30 o número de insurgentes mortos.
A nota detalha que os bombardeios ocorreram em duas localidades do vale de Shawal, concretamente Parei Gar e Razan Nala, e em um local do Waziristão do Norte denominado Pasht Ziarat, e que "vários" refúgios dos insurgentes foram destruídos.
Um funcionário do órgão de coordenação das áreas tribais, na cidade de Peshawar, e um membro da administração local do Waziristão do Norte confirmaram à Efe os bombardeios, mas reduziram o número de mortos para cerca de 20.
A imprensa local informou sobre o crescente êxodo de civis da região, que desde a semana passada é alvo de operações das Forças Armadas contra refúgios da insurgência.
Desde a quinta-feira passada, pelo menos 100 talibãs morreram nos bombardeios, segundo fontes militares.
Os ataques - realizados segundo o governo por ordem do primeiro-ministro, Nawaz Sharif - ocorrem durante a paralisação das conversas formais iniciadas no último dia 6 de fevereiro entre as autoridades e o principal grupo talibã, o TTP.
O governo decidiu suspender o diálogo na sexta-feira depois de constatar que os talibãs continuavam com suas ações armadas que, nas duas semanas de contatos oficiais, causaram a morte de 175 pessoas, segundo uma apuração efetuada pelo Executivo.
A administração civil teve que lidar com a pressão que, na opinião de vários analistas locais e diplomatas europeus, foi feita pelos militares para lançar uma ofensiva total contra o principal bastião da insurgência no Waziristão do Norte.
O assessor especial para assuntos de segurança do governo, Artaj Aziz, afirmou ontem que o governo está avaliando a opção de dar sinal verde para uma operação militar.
O Paquistão experimentou no último ano um notável aumento da atividade terrorista que rompeu com uma tendência de baixa iniciada em 2010.
De acordo com um relatório do Instituto Paquistanês de Estudos da Paz, somente no ano passado foram cometidos no país asiático mais de 1,7 mil atentados - 61% deles pelo TTP e seus aliados - nos quais morreram cerca de 2,5 mil pessoas, um número 19% maior do que em 2012.