Agência de notícias
Publicado em 25 de janeiro de 2025 às 14h36.
Três pessoas morreram durante um ataque lançado pela Ucrânia perto de Kherson, território ocupado pela Rússia, anunciaram autoridades ligadas a Moscou neste sábado. O incidente ocorre enquanto o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pressiona aliados ocidentais para inserirem Kiev em futuras negociações de paz — tema que ganhou projeção com o retorno de Donald Trump à Casa Branca.
A autoridade nomeada por Moscou para a ocupação em Kherson, Vladimir Saldo, afirmou em uma publicação no Telegram que três pessoas morreram após o ataque ucraniano. Ele acusou os militares de utilizarem munições de fragmentação e sistemas remotos de desminagem no ataque a Oleshki, uma cidade próxima ao rio Dnieper, que marca a linha de frente entre tropas ucranianas e russas.
Kiev e Moscou se acusam mutuamente de usar bombas de fragmentação desde o início do conflito. Esse tipo de armamento é proibido por convenções internacionais devido ao alto potencial de causar vítimas civis. Após o ataque, o governo da ocupação russa pediu que os moradores permanecessem em casa ou buscassem abrigos.
Por outro lado, Kiev acusou Moscou de lançar ataques aéreos que feriram quatro pessoas neste sábado, também na região de Kherson.
As ações no campo de batalha têm se intensificado nos últimos meses. O cenário de guerra está diretamente relacionado à expectativa de que o retorno de Donald Trump ao poder possa acelerar conversas sobre o fim dos combates. O entendimento predominante é de que quanto mais território um lado ocupar, melhor será sua posição em uma mesa de negociações.
Neste sábado, Zelensky fez um apelo a seus aliados no Ocidente, pedindo a inclusão de Kiev em qualquer formato de diálogo:
“É impossível excluir a Ucrânia de qualquer plataforma de negociação. Caso contrário, tal plataforma de negociação não produzirá resultados reais”, afirmou o presidente ucraniano durante uma reunião com a líder moldava, Maia Sandu. Ele também destacou que é essencial definir um formato explícito para alcançar a paz.
Na sexta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, declarou-se “pronto para trabalhar” com os Estados Unidos em negociações sobre a Ucrânia. Putin também elogiou o caráter “pragmático e inteligente” do líder americano, reforçando a expectativa de um possível encontro entre os dois países.
Embora o Kremlin não tenha especificado quando as discussões ocorrerão, o governo russo afirmou estar aguardando “sinais” de Washington. Na quinta-feira, Trump declarou estar disposto a se reunir com Putin “imediatamente”.
(Com AFP)