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Bolsa Família reduziu miséria em 89%, diz ministra

Segundo Tereza Campello, programas de transferência de renda se apoiam no princípio de que "a pobreza não é algo natural"


	Família que usa o Bolsa Família: programa pretende que todas as famílias contem com um orçamento mínimo de R$ 70 reais por pessoa ao mês
 (ROBERTO SETTON /EXAME)

Família que usa o Bolsa Família: programa pretende que todas as famílias contem com um orçamento mínimo de R$ 70 reais por pessoa ao mês (ROBERTO SETTON /EXAME)

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Da Redação

Publicado em 17 de março de 2014 às 16h22.

Rio de Janeiro - O Brasil reduziu o número de cidadãos em situação de pobreza extrema em 89% nos últimos dez anos, quando o governo iniciou o programa Bolsa Família, afirmou nesta segunda-feira a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello.

O dado foi anunciado por Tereza em uma conferência realizada no marco do Fórum de Aprendizagem Sul-Sul: Proteção Social e Trabalho, organizado pelo Banco Mundial, inaugurado hoje no Rio de Janeiro.

O fórum, que acontece até a próxima sexta-feira, analisa as diferentes políticas de proteção social desenvolvidas em países da América Latina, da Ásia, da África e da Europa Oriental, a fim de buscar soluções para a pobreza.

A ministra afirmou que os programas de transferência de renda se apoiam no princípio de que "a pobreza não é algo natural" e defendeu que o Estado assuma "como tarefa própria superar a pobreza".

Após dez anos de funcionamento, o programa Bolsa Família ajuda hoje mais de 13 milhões de famílias, quase 50 milhões de brasileiros, por isso um de cada quatro cidadãos do país percebe algum tipo de apoio econômico graças a esse projeto.

A Bolsa Família, que conta em 2014 com uma verba de cerca de R$ 24 bilhões, pretende que todas as famílias contem com um orçamento mínimo de R$ 70 reais por pessoa ao mês.

Nesse sentido, a titular da pasta assegurou que o programa complementa uma rede de proteção social e "não substitui outras ajudas" mas as complementa para que as famílias pobres que trabalham "mas não conseguem se manter com dignidade" possam fazê-lo.

Sobre as críticas mais frequentes de que os beneficiados podem se acostumar a viver das ajudas do Estado e nunca se tornarem produtivos, Tereza assegurou que as estatísticas "mostram que na realidade isso só é um mito contra a população pobre".

"Todos os nossos estudos mostram que 70% dos beneficiados pela Bolsa Família trabalham, uma porcentagem similar aos que não estão incluídos nela", concluiu a ministra.

Sobre os resultados, além de tirar a população da pobreza extrema, Tereza afirmou que as estatísticas mostram uma queda das mortes infantis de 46% por diarreia e de 51% em termos gerais, assim como uma melhoria de dados referentes à nutrição infantil.

Além disso, assegurou que cada dólar investido no programa Bolsa Família tem um retorno direto no PIB de US$ 1,78, já que os brasileiros que tiveram acesso a esse capital multiplicaram sua despesa ao comprar comida, remédios, roupa e calçados.

A ministra Tereza Campello também ressaltou que, em paralelo e para combater a pobreza e melhorar as condições de vida dos brasileiros, o governo iniciou projetos de formação profissional e programas de microcréditos voltados aos mais pobres.

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