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Boliviano diz esperar com cautela decisão sobre asilo

Na semana passada, Molina pediu asilo ao governo brasileiro alegando perseguições políticas por parte do governo do presidente Evo Morales

A assessoria de imprensa do Itamaraty explicou que “não necessariamente” Dilma irá conversar com o presidente Evo Morales sobre a questão (Jorge Bernal/ AFP)

A assessoria de imprensa do Itamaraty explicou que “não necessariamente” Dilma irá conversar com o presidente Evo Morales sobre a questão (Jorge Bernal/ AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de junho de 2012 às 10h30.

Brasília – Abrigado há mais de uma semana na Embaixada do Brasil em La Paz, o senador da oposição boliviana Roger Pinto Molina disse que aguarda com cautela a decisão da presidente Dilma Rousseff sobre o seu pedido de asilo político.

Na semana passada, Molina pediu asilo ao governo brasileiro alegando perseguições políticas por parte do governo do presidente Evo Morales.

O Ministério das Relações Exteriores informou que não há prazo para que Dilma responda ao pedido e que, no momento, a diplomacia brasileira está em contato com autoridades bolivianas para apurar o que ocorreu. A decisão da presidente, segundo Itamaraty, será tomada “a partir dessas consultas”.

Pinto garantiu que vários motivos o levaram a escolher o Brasil para pedir asilo político. “O Brasil tem ampla tradição de conceder refúgio político e é o país com o qual a Bolívia tem a maior ligação. Estou otimista, mas aguardando com cautela a decisão da presidente Dilma”, disse.

Líder no Senado do partido opositor Convergência Nacional (CN), Molina relatou sofrer “perseguições políticas”, ao procurar a embaixada brasileira em La Paz. “A minha família estava com medo do que podia acontecer comigo. Estavam ameaçando até queimar nossa casa”. O senador disse que sua mulher, uma das três filhas do casal e duas netas estão no Acre e as outras filhas e netos, na Bolívia.

“Eu morei e estudei no Acre quando era adolescente e por isso falo português” disse. O senador afirmou que espera poder se mudar para o Brasil em 15 dias, fazendo inicialmente uma visita a Brasília, onde pretende se reunir com a presidente Dilma. “O governo boliviano deve me conceder o salvo-conduto para que eu deixe o país e para isso é preciso primeiro a decisão da presidente Dilma”, disse.

A assessoria de imprensa do Itamaraty explicou que “não necessariamente” Dilma irá conversar com o presidente Evo Morales, podendo tomar a decisão a partir de informações da diplomacia brasileira.

Ex-governador do departamento (província) de Pando, na fronteira com o Brasil, o senador é acusado por autoridades locais de diferentes irregularidades. Uma reportagem do jornal La Razón, de La Paz, diz que o senador tem pelo menos 20 processos na Justiça, nos tribunais de La Paz, Santa Cruz, Sucre e Cobija, que se referem principalmente a acusações de desacato, venda de bens do Estado e corrupção.

Na semana passada, autoridades do governo reagiram ao pedido de refúgio na Embaixada do Brasil. “Não há presos políticos ou perseguição política [na Bolívia], mas acusados de atos de corrupção e infrações penais. Se ele acredita que não cometeu esses crimes pode ficar feliz e se defender”, declarou o vice-presidente do país, Álvaro García Linera, à imprensa local.

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