Evo Morales acena ao embarcar em avião presidencial: na manhã de hoje, centenas de pessoas protestaram na avenida Arce de La Paz, uma das principais do centro da capital e onde ficam várias embaixadas, entre elas a espanhola e a americana. (REUTERS/Heinz-Peter Bader)
Da Redação
Publicado em 8 de julho de 2013 às 15h26.
La Paz - O governo boliviano convocou nesta segunda-feira os embaixadores de Espanha, França e Itália, e o cônsul de Portugal para que deem explicações sobre o fechamento do espaço aéreo desses países para impedir que o avião do presidente Evo Morales sobrevoasse ou aterrissasse durante sua viagem de retorno de Moscou para La Paz na semana passada.
A ministra boliviana de Comunicação, Amanda Dávila, confirmou em entrevista coletiva que os diplomatas deverão comparecer à chancelaria ao longo do dia para dar "uma explicação sobre o acontecido".
"Esta convocação tem como objetivo expressar também nosso protesto oficial perante estes governos em relação à situação", acrescentou.
Amanda fez este anúncio em meio a fortes protestos populares registrados hoje em La Paz por causa do incidente sofrido por Morales na Europa em decorrência das suspeitas de que o ex-técnico da CIA Edward Snowden estivesse à bordo do avião presidencial.
Na manhã de hoje, centenas de pessoas protestaram na avenida Arce de La Paz, uma das principais do centro da capital e onde ficam várias embaixadas, entre elas a espanhola e a americana.
Os manifestantes atiraram rojões e utilizaram máscaras de burro com as bandeiras de França, Espanha, Itália e Portugal, os países que segundo o governo boliviano ofenderam toda a nação.
O governo espanhol negou que tenha proibido a passagem e a aterrissagem do avião de Morales, apesar de o presidente ter se sentido ofendido pelo tratamento que recebeu do embaixador espanhol em Viena, onde ficou retido durante mais de 10 horas até que fosse comprovado que Snowden não estava à bordo.
Morales anunciou no último sábado que se o americano pedir asilo à Bolívia ele concederá em represália à ofensa dos países europeus. Mas, por enquanto, o país andino não recebeu nenhum pedido oficial de Snowden.