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Da Redação
Publicado em 11 de janeiro de 2013 às 21h16.
La Paz - O presidente da Bolívia, Evo Morales, pediu nesta sexta-feira ao Mercosul, organismo com o qual negocia uma incorporação como membro pleno, um tratamento preferencial no comércio pois o país não tem saída para o mar.
O líder disse em discurso para empresários na região de Santa Cruz que deseja que os países-membros do Mercosul concedam à Bolívia "muitas preferências" em tarifas e exportações porque, em primeiro lugar, o país é "uma nação sem saída ao mar, por enquanto".
Em segundo lugar, Morales sustentou que pedirá um tratamento preferencial porque a Bolívia começou se erguer e já não é "um país mendigo", mas "um Estado digno" que em pouco tempo deu passos importantes.
Nesse sentido, Morales solicitou aos empresários de Santa Cruz que debatam sobre a forma como a Bolívia pode aproveitar o Mercosul para fortalecer a economia de todos os setores produtivos e o investimento na ciência e tecnologia, necessárias para a agricultura.
O Mercosul é integrado pela Argentina, Brasil, Uruguai, Venezuela e Paraguai, embora este último tenha sido suspenso do bloco após a destituição, em meados de 2012, de Fernando Lugo da Presidência do país.
A última Cúpula do Mercosul, realizada em Brasília há pouco mais de um mês sem representação paraguaia, aprovou um Protocolo de Adesão da Bolívia como membro pleno do bloco, o que deve ser referendado pelos Parlamentos dos países-membros. Até agora, a Bolívia é apenas um Estado associado ao organismo.
Após ser derrotada em 1879 por tropas do Chile, a Bolívia perdeu 400 quilômetros de costa e 120.000 quilômetros quadrados de superfície.
Morales advertiu várias vezes que a Bolívia tem preparado um processo contra o Chile para ser apresentado em tribunais internacionais, no qual pedirá a restituição da saída ao Pacífico e denunciará que o tratado que fixou os limites territoriais em 1904 não está sendo cumprido.