"Saúdo também essa pequena, pequena, muito pequena contribuição do G7 de 20 milhões de dólares", disse Evo Morales (Mario Tama / Equipe/Getty Images)
AFP
Publicado em 27 de agosto de 2019 às 15h53.
O presidente boliviano, Evo Morales, saudou na terça-feira (27) a decisão do G7 de conceder US$ 20 milhões para combater os incêndios na Amazônia, apesar de descrever a contribuição como "muito pequena" e considerar que a mesma não representa uma ajuda, mas sim uma "obrigação".
"Saúdo também essa pequena, pequena, muito pequena contribuição do G7 de 20 milhões de dólares. Isso não é ajuda, faz parte de uma corresponsabilidade compartilhada, pois todos os povos têm a obrigação" de preservar o ambiente, disse o governante em entrevista à rádio Pan-Americana.
Morales avalia que os países mais industrializados "deveriam contribuir muito, e não apenas quando há incêndios". Disse ainda que espera que a ajuda chegue o mais rápido possível.
Reunidos na cidade francesa de Biarritz, os líderes do G7 (França, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Itália, Canadá e Japão) concordaram, na segunda-feira, em fornecer US$ 20 milhões para combater o incêndio nos países amazônicos e, além disso, em enviar aviões-tanque.
A ajuda foi rejeitada pelo Brasil, em meio a fortes discrepâncias entre os presidentes Jair Bolsonaro e o francês Emmanuel Macron. Bolsonaro disse que aceitará a ajuda, se Macron "retirar seus insultos", referindo-se a declarações que questionavam a capacidade de seu governo de lidar com a tragédia ambiental.
Na véspera, o governo boliviano antecipou que aceitou um pedido da França para formar uma "aliança para a Amazônia" e abriu a possibilidade de uma reunião entre Morales e Macron.
Em relação aos incêndios em seu país, Morales informou que estima-se que 1.200.000 hectares tenham sido destruídos desde maio. Destes, cerca de meio milhão são florestas. Ele ressaltou que a luta contra o fogo continua por via aérea e terrestre.
Um avião-tanque SuperTanker, Boeing 747, continua com suas tarefas de descarga de água no departamento de Santa Cruz, bem como helicópteros da Força Aérea Boliviana. Bombeiros e civis combatem as chamas no terreno.