O senador boliviano Roger Pinto Molina: o Brasil "violou a legislação internacional ao conceder-lhe asilo político", disse ministra (Valter Campanato/Abr)
Da Redação
Publicado em 27 de agosto de 2013 às 14h23.
La Paz - O senador opositor boliviano Roger Pinto, que fugiu da embaixada brasileira em La Paz para Brasília, responde a quatro processos que exigem a permanência em seu país de origem e, além disso, recebeu uma sentença condenatória, informou nesta terça-feira a ministra da Justiça da Bolívia, Cecilia Ayllón.
Roger Pinto tinha recebido asilo político do governo brasileiro e estava há mais de um ano e meio na embaixada em La Paz. Por meio de um comunicado, a ministra afirmou que o senador "tem quatro processos que exigem sua permanência no país e uma sentença condenatória contra si por crimes comuns".
"É importante que a população boliviana saiba que contra este senhor pesam quatro ordens de permanência e uma sentença condenatória por delitos comuns e, apesar disso, o governo do Brasil violou a legislação internacional ao conceder-lhe asilo político", criticou Cecilia.
Na mesma nota, a ministra informou que os crimes se referem a "atos de corrupção quando Roger Pinto exercia um cargo público em Pando".
Cecilia Ayllón explicou que assim que a Bolívia receber do Brasil por via diplomática as explicações correspondentes serão tomadas as ações cabíveis.
"Estamos falando de um político criminoso, de um político que tem processos penais e ele devia ter se mostrado, devia ter se submetido aos processos e provar que não tinha absolutamente nada e não fugir do país", argumentou.
Segundo o comunicado do Ministério da Justiça, Roger Pinto tem contra si "pelo menos 13 processos na justiça por atos de corrupção (quatro deles com ordem de permanência no país) e foi condenado a um ano de prisão por causar um prejuízo econômico ao Estado de mais de 11 milhões de bolivianos (US$ 1,6 milhão)" na época em que foi diretor da zona franca de Pando.
O senador opositor conseguiu escapar para o Brasil no sábado passado com o apoio de funcionários da embaixada em La Paz, onde ficou asilado por 454 dias pois o governo da Bolívia não concedeu um salvo-conduto para o parlamentar deixar seu país.
A ida de Roger Pinto para o Brasil abriu uma crise diplomática entre os dois países e provocou a demissão do ministro das Relações Exteriores Antonio Patriota.
O parlamentar boliviano cancelou o comparecimento no Senado e uma entrevista coletiva que realizaria hoje.