O presidente boliviano, Evo Morales: o consumo de maconha não dá prisão, mas os usuários "comprovados" são enviados à reabilitação (©AFP / Aizar Raldes)
Da Redação
Publicado em 14 de agosto de 2012 às 18h20.
La Paz - O governo da Bolívia afirmou nesta terça-feira que não considera a possibilidade de legalizar o consumo de maconha como no Uruguai - onde se analisa tal possibilidade como alternativa diante do fracasso da luta contra o narcotráfico.
A ministra de Comunicação, Amanda Davila, disse em entrevista coletiva que "em nenhum momento" o governo do presidente Evo Morales esteve "pensando em legalizar o consumo de nenhum entorpecente nem nenhuma substância controlada".
Amanda desmentiu uma versão jornalística que atribui a ela ter levantado a possibilidade de que Morales siga o exemplo do governo do Uruguai, presidido por José Mujica.
"Não falava da Bolívia, mas do Uruguai, que está avaliando a legalização da maconha como uma alternativa para enfrentar o grande problema das drogas, porque a luta contra o narcotráfico fracassou no mundo", explicou.
A ministra disse ainda que Morales afirmou não ter "em absoluto" um projeto nesse sentido, apesar de reconhecer que é uma reflexão que atualmente os líderes do mundo fazem.
A lei boliviana do Regime da Coca e Substâncias Controladas proíbe a produção, o tráfico e o consumo de maconha e pune com as mesmas penas que as outras drogas.
O cultivo da erva é punido com uma pena de um a três anos de prisão, seu processamento com cinco a 15 anos e seu tráfico, com dez a 25 anos.
O consumo de maconha não dá prisão, mas os usuários "comprovados" são enviados a centros de reabilitação.
Entre janeiro e julho deste ano a força antinarcóticos boliviana confiscou 387,7 toneladas de maconha.