O ministro das Relações Exteriores da Bolívia, David Choquehuanca, acusou França e Portugal de colocar a vida de Morales em risco e insistiu que Snowden não estava no avião de Morales (REUTERS/David Mercado)
Da Redação
Publicado em 2 de julho de 2013 às 22h32.
La Paz - A Bolívia informou que o avião do presidente Evo Morales foi forçado a pousar na Áustria, nesta terça-feira, depois que França e Portugal recusaram-se a conceder permissão aérea, aparentemente porque suspeitavam que a aeronave estava levando Edward Snowden, o ex-funcionário da agência de espionagem dos Estados Unidos procurado por Washington sob acusação de espionagem.
O ministro das Relações Exteriores da Bolívia, David Choquehuanca, acusou França e Portugal de colocar a vida de Morales em risco e insistiu que Snowden não estava no avião de Morales.
Choquehuanca disse a jornalistas que Portugal e França cancelaram abruptamente as licenças aéreas, forçando uma parada não programada em Viena, enquanto Morales voltava da Rússia em um avião do governo boliviano.
Horas depois, o ministro de Defesa da Bolivia, Rubén Saavedra, declarou que a França reconsiderou a posição e deu sua autorização, mas a Itália se somou a Portugal ao negar o trânsito aéreo do avião da Força Aérea boliviana.
"Eles dizem que foi por causa de problemas técnicos, mas após explicações de algumas autoridades descobrimos que parecia haver algumas suspeitas infundadas de que o Sr. Snowden estava no avião", disse o chanceler.
"Nós não sabemos quem inventou essa mentira." "Queremos expressar o nosso desagrado porque isto colocou a vida do presidente em risco." Durante participação em uma conferência sobre energia na Rússia esta semana, Morales disse que consideraria a concessão de asilo a Snowden, se solicitado.
O ministro da Defesa boliviano disse que o Departamento de Estado dos EUA pode estar por trás das decisões de não permitir que o avião de Morales pousasse em Portugal ou sobrevoasse o espaço aéreo francês.
"Temos a suspeita de que eles (os dois governos europeus) foram usados por uma potência estrangeira, neste caso, os Estados Unidos, como uma forma de intimidar o Estado boliviano, e o presidente Evo Morales", afirmou ele.