Garrafa de Coca-cola: Os veículos basearam sua informação em antigas notas sobre o documentário ''Por que o McDonald''s quebrou na Bolívia?'' (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 2 de agosto de 2012 às 21h08.
La Paz - O governo boliviano afirmou nesta quarta-feira que as declarações do chanceler do país, David Choquehuanca, sobre o ''fim'' da Coca-Cola em 21 de dezembro foram ''descontextualizadas'', em meio a versões de veículos que afirmaram que a empresa seria expulsa do país nessa data.
''As declarações do chanceler foram descontextualizadas e não há nada oficial'', disse à Agência Efe a chefe do escritório de comunicação da Chancelaria, Consuelo Ponce.
Em 13 de julho, Choquehuanca anunciou que o governo convidará líderes e grupos indígenas do mundo a comemorar na Bolívia o solstício de verão, em 21 de dezembro, por considerar que esse dia se produzirá ''o fim'' do capitalismo e da Coca-Cola e o começo de um tempo ''de amor'' e ''a cultura da vida''.
''21 de dezembro de 2012 é o fim de egoísmo, da divisão. O 21 de dezembro tem que ser o fim da Coca-Cola, e o começo do mocochinche (refrigerante de pêssego)'', disse então o ministro em um ato no povo de Copacabana, situado à margem do lago Titicaca, que faz fronteira com o território peruano.
Nos últimos dias, a declaração foi interpretada de diversas formas pela imprensa, mas a versão mais divulgada foi que o presidente Evo Morales expulsará a Coca-Cola nessa data, coincidindo com o suposto fim do calendário Maia.
Alguns meios indicaram, inclusive, que no mesmo dia deixaria o país a cadeia americana McDonald''s, que fechou suas filiais na Bolívia em 2002, após cinco anos de operações, devido a sua baixa rentabilidade.
Os veículos basearam sua informação em antigas notas sobre o documentário ''Por que o McDonald''s quebrou na Bolívia?'', que estreou em 2011 e que, além de se referir ao fechamento desses restaurantes, destaca a importância da gastronomia boliviana.
A empresa Embol, subsidiária da chilena Embonor na produção de Coca-Cola na Bolívia, disse que divulgará nas próximas horas uma resposta sobre a confusão.
Em entrevista à rádio Erbol, o presidente da Câmara de Indústrias de La Paz, Mario Yaffar, considerou hoje que houve uma ''distorção'' nas declarações de Choquehuanca que, a seu ver, falou de uma suposta perda da ''supremacia mundial'' dessa bebida, mas não que o governo expulsará a empresa. EFE