O ex-dirigente político Bo Xilai (C) durante audiência em Jinan, na província de Shandong: Bo, que havia admitido o suposto crime, declarou que fez isto "contra sua vontade" (AFP)
Da Redação
Publicado em 22 de agosto de 2013 às 08h08.
Jinan - O ex-dirigente Bo Xilai, protagonista de um grande escândalo que abalou o Partido Comunista Chinês, negou a primeira acusação de suborno na abertura do julgamento nesta quinta-feira, em um tribunal de Pequim.
A promotoria acusa Bo de ter recebido subornos que superam um milhão de yuans (163.300 dólares) do empresário Tang Xiaolin, mas o réu rebateu de maneira firme.
"As afirmações de Tang Xiaolin de que me deu dinheiro em três ocasiões não são corretas."
Bo, que havia admitido o suposto crime à comissão de disciplina do Partido Comunista, declarou que fez isto "contra sua vontade", informo o tribunal.
O ex-dirigente da metrópole de Dalian (nordeste) e Chongqing (sudoeste) foi oficialmente acusado de ter recebido, ao lado da esposa e do filho, 21,79 milhões de yuans (3,6 milhões de dólares) em gratificações de dois empresários, Tang Xiaolin e Xu Ming.
Além disso, Bo deve responder pelo desvio de cinco milhões de yuans de recursos públicos e de uma série de abusos de poder em Chongqing para impedir uma investigação criminal contra sua esposa, Gu Kailai, considerada culpada em agosto de 2012 pelo assassinato de um britânico.
Durante o julgamento, o ex-dirigente chinês afirmou que os elementos apresentados pelo advogado de Tang não provam sua culpa.
"Ele (Tang) tenta simplesmente obter uma redução de sua pena. Assim tenta morder em todas as direções como cachorro louco", disse Bo, que chamou o empresário de "mentiroso".
"Este é um caso extremamente complicado", advertiu o juiz Wang Xuguang.