Secretário de Estado americano, Antony Blinken (Johannes Simon/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 24 de outubro de 2023 às 15h06.
Última atualização em 24 de outubro de 2023 às 15h23.
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, alertou o Irã, nesta terça-feira, 24, que os Estados Unidos responderiam "de forma decisiva" a qualquer ataque, à medida que as tensões aumentam com a guerra entre Israel e o Hamas.
"Os Estados Unidos não buscam um conflito com o Irã. Não queremos que esta guerra se expanda. Mas se o Irã ou os seus intermediários atacarem pessoal americano em qualquer lugar, não se enganem.
Defenderemos o nosso povo, defenderemos a nossa segurança, de forma rápida e decisiva", disse Blinken em uma sessão do Conselho de Segurança da ONU, depois de reivindicar o direito de todos os países de se defenderem.
Na segunda-feira, os Estados Unidos acusaram o Irã de "facilitar ativamente" ataques a bases americanas no Oriente Médio e confirmaram ter enviado vários conselheiros militares a Israel.
Até o ataque do grupo islamista palestino Hamas em território israelense, em 7 de outubro, e os bombardeios de retaliação de Israel contra a Faixa de Gaza, o governo do presidente Joe Biden vivia uma relativa calma com as milícias pró-Irã na região.
Mas pelo menos cinco ataques com foguetes e drones tiveram como alvo três bases militares iraquianas que abrigam tropas americanas como parte da coalizão internacional que luta contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI).
Os clérigos xiitas do Irã apoiam o Hamas, o movimento libanês pró-iraniano Hezbollah, os grupos paramilitares xiitas no Iraque e os rebeldes houthis do Iêmen.
Na semana passada, os Estados Unidos vetaram uma resolução do Brasil no Conselho de Segurança da ONU sobre o conflito israelense-palestino que condenava expressamente os "ataques terroristas odiosos" do grupo Hamas, mas não mencionava o direito de Israel de se defender, como exige Washington.
Uma nova resolução, elaborada pelos americanos, está circulando entre os Estados-membros, segundo fontes diplomáticas. O texto, ao qual a AFP teve acesso, afirma "o direito de todos os Estados à autodefesa individual ou coletiva".
A nova resolução "incorpora comentários substanciais que recebemos de outros membros do Conselho nos últimos dias", disse Blinken.
Listando os atos das milícias do Hamas contra crianças e outros civis, Blinken perguntou: "Onde está a indignação? Onde está a repulsa? Onde está a rejeição? Onde está a condenação explícita destes horrores?"
"Devemos afirmar o direito de qualquer nação de se defender e evitar que estes danos se repitam. Nenhum membro deste Conselho, nenhuma nação deste órgão, poderia ou toleraria o massacre do seu povo", afirmou.