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Blatter minimiza denúncias e nega crise na Fifa

Denúncia de um jornal britânico revelou que membros votantes da Fifa receberam propina antes da eleição da sede das Copas de 2018 e 2022

As denúncias envolvendo membros da Fifa poderão causar sérios prejuízos financeiros no futuro (Getty Images)

As denúncias envolvendo membros da Fifa poderão causar sérios prejuízos financeiros no futuro (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2013 às 14h10.

São Paulo - Apesar das seguidas denúncias de corrupção que vêm atingindo a cúpula da Fifa, o presidente Joseph Blatter negou nesta segunda-feira que a entidade responsável pelo futebol mundial esteja em crise. O dirigente deverá confirmar seu quarto mandato à frente da Fifa na eleição desta quarta, depois da desistência do seu único concorrente, o catariano Mohamed bin Hammam.

"Crise? Que crise? O futebol não está em crise. Nós não estamos em crise, estamos apenas passando por algumas dificuldades que serão resolvidas - e serão resolvidas dentro desta família", declarou o presidente da Fifa, que admitiu o "grande prejuízo" causado à entidade pelas últimas denúncias.

Em tom ameno, Blatter disse ainda que as Copas do Mundo de 2018 e 2022, na Rússia e no Catar respectivamente, "não foram manchadas" pelas suspeitas de compra de votos durante o processo eletivo realizado em dezembro do ano passado. Denúncia de um jornal britânico revelou que membros votantes da Fifa receberam propina antes da eleição.

As suspeitas de corrupção sobre a escolha do Catar aumentou nesta segunda-feira, com a divulgação de um e-mail no qual o secretário-geral Jerome Valcke, número dois da Fifa, sugeriu que o país "comprou" o direito de sediar o Mundial de 2022, por intermédio do catariano Mohamed Bin Hammam, ex-candidato à presidência da Fifa. "Ele pensou que pode comprar a Fifa como eles compraram a WC [Copa do Mundo]", afirmara Valcke.

Horas depois, o secretário voltou atrás e disse que foi mal interpretado. Em sua defesa, ele afirmou que usou o verbo "comprar" para se referir ao alto investimento feito pela candidatura para fazer lobby em nome do Catar.

"Quando me referi à Copa do Mundo de 2022, o que quis dizer foi que a candidatura vencedora usou o seu potencial financeiro para angariar apoio e fazer lobby. Eles tinham um orçamento muito grande e se utilizaram disso para promover a candidatura do Catar por todo o mundo de uma maneira muito eficiente", explicou.

A divulgação do polêmico e-mail foi feita pelo vice-presidente da Fifa Jack Warner, que fora suspenso no domingo. Presidente da Concacaf (Confederação de Futebol das Américas do Norte e Central e Caribe), Warner e Mohamed Bin Hammam foram afastados do futebol de forma provisória por conta de uma denúncia de pagamento de propina a membros da Associação Caribenha de Futebol. O suborno asseguraria votos em Bin Hammam no pleito da Fifa.

Bin Hammam acabou retirando sua candidatura, mas acusou o próprio Blatter de usar o mesmo expediente para conquistar votos na eleição. Investigado pelo Comitê de Ética da Fifa, o suíço foi absolvido no domingo, por falta de provas. Na mesma audiência, o Comitê suspendeu Bin Hammam e Jack Warner.

Estas decisões causaram irritação de alguns membros da Ásia, que ameaçaram boicotar o congresso que decidirá o futuro presidente da Fifa nesta quarta. Vice-presidente da Confederação Asiática de Futebol, Yousuf al-Serkal criticou a punição a Bin Hammam, seu aliado, e reforçou a revolta contra o desempenho de Blatter à frente da entidade.

Recurso - Horas depois de Bin Hammam anunciar que tentaria reverter a suspensão imposta no domingo, Jack Warner disse que consultaria um juiz suíço para avaliar a legalidade da punição, embora a Fifa proíba seus membros de obter decisões judiciais fora da esfera esportiva.

Patrocínio - As denúncias envolvendo membros da Fifa poderão causar sérios prejuízos financeiros no futuro. Depois da polêmica sobre o e-mail de Jerome Valcke, a Coca Cola, uma das principais patrocinadoras da Fifa, mostrou preocupação com a imagem da entidade.

"As alegações que estão sendo levantadas geram angústia e não são boas para o esporte", divulgou a empresa, em nota. "Acreditamos que a Fifa resolverá essa situação de uma forma acertada". Mais cedo, a Adidas, outra patrocinadora da entidade, declarou que as suspeitas "não são boas para o esporte e nem para a Fifa e seus parceiros".

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