O presidente da Fifa, Joseph Blatter: uma das acusações se refere ao pagamento de 2 milhões de francos suíços em 2011 para Michel Platini, atual presidente da Uefa e candidato à comandar a Fifa a partir de 2016 (Arnd Wiegmann/Reuters)
Da Redação
Publicado em 28 de setembro de 2015 às 14h22.
Zurique - Presidente da Fifa, Joseph Blatter anunciou nesta segunda-feira que não vai deixar seu cargo e garantiu que não fez nada de "ilegal".
O suíço passou a ser alvo de um processo criminal por parte o Ministério Público da Suíça, que o investiga por gestão desleal e apropriação indevida de recursos.
Blatter está sendo investigado pelo Comitê de Ética da Fifa e pode ser suspenso nos próximos dias. Mas, em um comunicado emitido por seus advogados, ele insistiu que fica até a realização das novas eleições, em fevereiro de 2016.
"O presidente Blatter falou aos funcionários da Fifa hoje e informou à equipe que ele estava cooperando com as autoridades, reiterou que não tinha feito nada ilegal ou impróprio e afirmou que permanecerá como presidente da Fifa", afirma o comunicado divulgado pelos advogados de Blatter.
Uma das acusações se refere ao pagamento de 2 milhões de francos suíços em 2011 para Michel Platini, atual presidente da Uefa e candidato à comandar a Fifa a partir de 2016.
Blatter não explicou o depósito. Mas garante que se tratou de uma "compensação válida e nada mais".
"Na questão Platini, o presidente Blatter compartilhou com as autoridades suíças na sexta-feira o fato de que o senhor Platini teve uma valiosa relação de trabalho com a Fifa, servindo como um conselheiro do presidente a partir de 1998. Ele explicou aos promotores que os pagamentos foram uma compensação válida e nada mais. Tudo foi devidamente contabilizado pela Fifa, incluindo a retenção de contribuições previdenciárias", acrescentam os advogados de Blatter.
O jornal O Estado de S. Paulo revelou que a suspeita da Justiça é de que o pagamento seria uma forma de compensação pelo fato de Platini ter desistido de concorrer à presidência da Fifa, em 2011.
Oficialmente, o pagamento se referia a trabalhos realizados entre 1999 e 2002. Mas que foram pagos nove anos depois. Platini também não explicou a demora pelo pagamento e nem quais foram os serviços prestados por ele.
O comunicado dos advogados de Blatter avisa que ele não mais se pronunciará sobre o assunto enquanto as investigações estiverem sendo realizadas. "Por causa da investigação em andamento, presidente Blatter não vai mais responder perguntas nesse momento".