Mundo

Blatter detona COI e diz que Fifa combate corrupção

O presidente da Fifa afirmou que a entidade olímpica lida com as suas finanças "como uma dona de casa"

Joseph Blatter, presidente da Fifa: contas estão abertas a todos (Arquivo/Getty Images)

Joseph Blatter, presidente da Fifa: contas estão abertas a todos (Arquivo/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2013 às 14h14.

Bruxelas - O presidente da Fifa, Joseph Blatter, criticou o Comitê Olímpico Internacional (COI) nesta sexta-feira ao defender a sua própria organização contra acusações de corrupção, dizendo que a entidade olímpica lida com as suas finanças "como uma dona de casa". Blatter, que é membro do comitê desde 1999, disse que a Fifa mais é transparente do que o COI. Além disso, voltou atrás nos planos para criar um novo comitê anticorrupção.

"Nossas contas estão abertas a todos. Nós temos [feito] isto desde que eu sou o presidente. Não era feito antes", disse Blatter, no Catar, onde está para acompanhar a Copa da Ásia. "O COI é como uma dona de casa. Ela recebe algum dinheiro e gasta algum dinheiro". Blatter também disse que o COI "não tem transparência".

"O COI, eu diria, é um clube", disse o presidente da Fifa. "Dos 115 membros do COI, apenas 45 estão diretamente ligadas ao esporte. Todos os outros, os outros 70 membros são nomeados individualmente. Se você precisa saber em que lugar do mundo você ainda tem príncipes, princesas e reis, então você vai à lista de membros do COI. Você vai encontrar um monte deles". Ao lembrar que o príncipe da Jordânia, Ali Bin al-Hussein, foi eleito vice-presidente da Fifa na quinta-feira, Blatter brincou dizendo que "nós podemos pagar um".

A comissão de ética do COI está estudando dados fornecidos pela BBC depois de transmitir as acusações de que membros do Comitê Executivo da Fifa, incluindo alguns que pertencem ao COI, teriam recebido propina da ISL, ex-parceira de marketing, da federação na década de 1990.

A BBC alegou que os pagamentos secretos foram recebidos por três membros da Fifa, incluindo Issa Hayatou, presidente da Confederação Africana de Futebol, e Ricardo Teixeira, presidente da CBF, em 1995. O camaronês Hayatou se tornou membro do COI em 2001. O programa também acusou que propinas foram pagas a João Havelange, ex-presidente da Fifa. O brasileiro de 94 anos, é o membro mais antigo do COI.

Blatter, no entanto, disse que os procedimentos da Fifa para a erradicação das irregularidades na entidade "funcionam bem". Ele recuou do plano de criar uma comissão anticorrupção, o que ele disse a um jornal suíço que melhoraria a credibilidade da Fifa. Em vez disso, ele afirmou que a comissão será constituída por "personalidades de alto nível na cultura, economia e esporte", com um papel consultivo e sem substituir o atual comitê de ética, que foi criado em 2006.

"A controvérsia que começou ontem nos jornais, relativa a um grupo anticorrupção, é absolutamente falsa", afirmou Blatter. "Isso não tem nada a ver com um comitê anticorrupção novo. Nós temos um comitê anticorrupção. Este é o Comitê de Ética da Fifa. Esta comissão funciona bem. Ainda não tivemos nenhuma evidência de corrupção, mas temos tido evidências de descumprimento do código de ética. Estes têm sido os casos que você conhece".

A Fifa está sob pressão após vários membros serem acusados de recebimento de propina e troca de votos antes das eleições das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022. O comitê de ética da Fifa investigou e afastou dois dos 24 membros do Comitê Executivo, Amos Adamu da Nigéria e Reynald Temarii do Taiti.

Adamu tornou-se o primeiro dirigente suspenso por suborno e está cumprindo uma suspensão de três anos. Temarii, um dos vice-presidentes da Fifa, foi suspenso por um ano por infringir as regras sobre confidencialidade e lealdade. Ambos vão apelar de suas sentenças.

Acompanhe tudo sobre:EsportesFifaFutebolJoseph BlatterPolítica

Mais de Mundo

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA

À espera de Trump, um G20 dividido busca o diálogo no Rio de Janeiro

Milei chama vitória de Trump de 'maior retorno' da história

RFK Jr promete reformular FDA e sinaliza confronto com a indústria farmacêutica