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Bispado Militar do Chile é alvo de operação de busca em caso de abuso

Documentação recolhida, seja entregue de forma voluntária ou apreendidas, ajudará o promotor a esclarecer se houve crime dentro da instituição

Igreja Católica: instituição atravessa uma dura crise no Chile por causa dos abusos cometidos por membros do clero (./Getty Images)

Igreja Católica: instituição atravessa uma dura crise no Chile por causa dos abusos cometidos por membros do clero (./Getty Images)

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EFE

Publicado em 9 de agosto de 2018 às 16h39.

Santiago - A Promotoria do Chile realizou nesta quinta-feira uma operação de busca no Bispado Miliar, em Santiago, para localizar documentos para as investigações dos casos de encobrimento de abusos sexuais dentro da Igreja Católica.

Fontes do Ministério Público disseram à Agência Efe que a ação foi realizada em conjunto com os Carabineiros, a polícia militarizada do país, a pedido do promotor de O'Higgins, Emiliano Arias, apontado pela Promotoria Nacional para investigar o caso.

"As investigações comandadas pelo promotor indicam que o crime de encobrimento pode ter sido cometido por parte do Bispado Militar", disseram as fontes consultadas pela Efe.

A documentação recolhida, seja entregue de forma voluntária pelos responsáveis do Bispado Militar ou apreendidas, ajudará o promotor a esclarecer se houve crime dentro da instituição.

Arias é responsável pelo caso contra o ex-chanceler do Arcebispado de Santiago, Óscar Muñoz, preso preventivamente após ser acusado de abuso sexual e estupro contra mais de seis crianças.

O promotor também investiga denúncias similares contra um grupo de sacerdotes da região de O'Higgins. Eles teriam integrado uma confraria de abusadores batizada como 'La Família'. As acusações já provocaram a suspensão de 14 padres.

O arcebispo de Santiago, cardeal Ricardo Ezzati, foi convocado a depor como acusado no próximo dia 21 de agosto. A suspeita do promotor é que ele encobertou os abusos de membros da Igreja.

A Igreja Católica atravessa uma dura crise no Chile por causa dos abusos cometidos por membros do clero, o que levou todos os bispos do país a colocarem seus cargos à disposição do papa Francisco, que aceitou cinco renúncias até o momento.

A Conferência Episcopal do Chile divulgou na última semana uma lista com os nomes de 42 sacerdotes e diáconos condenados, seja por tribunais civis ou eclesiásticos, por abusos sexuais contra menores.

Até o momento, foram abertos 38 casos, envolvendo 73 pessoas investigadas - sacerdotes e diocesanos - e 104 vítimas.

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