"Os fatos não mentem e as estatísticas mostram que não estamos fazendo o suficiente", disse Zoellick declarou. (©AFP/Getty Images/Arquivo / Brendan Hoffman)
Da Redação
Publicado em 24 de fevereiro de 2012 às 13h11.
CIDADE DE CINGAPURA - O Banco Mundial (Bird) advertiu nesta sexta-feira que os oceanos estão em perigo e propôs que governos, ONGs e outros grupos se associem para protegê-los, uma tarefa para a qual será necessário arrecadar 1,5 bilhão de dólares em cinco anos.
"Os oceanos do mundo estão em perigo com a sobrepesca e a degradação do meio marinho", afirmou o presidente do Bird, Robert Zoellick, na Cúpula dos Oceanos do Mundo em Cingapura.
Quase 85% dos pesqueiros situados em oceanos são explorados no nível máximo, sobre-explorados ou esgotados, incluindo a maioria das reservas das 10 espécies principais, segundo Zoellick.
"Os fatos não mentem e as estatísticas mostram que não estamos fazendo o suficiente (...) e que os oceanos continuam doentes e morrendo", declarou.
Para combater a situação, o economista apresentou uma iniciativa para reunir "países, centros científicos, organizações não governamentais, organizações internacionais, fundações e o setor privado para compartilhar conhecimentos, experiência, perícia e investimentos ao redor de um conjunto de objetivos estabelecidos".
Concretamente, Zoellick propôs vários objetivos que a Associação Global para os Oceanos deverá alcançar nos próximos 10 anos, incluindo a redução a menos da metade dos estoques mundiais de pescado.
Para obter os meios necessários, a Associação arrecadará pelo menos 300 milhões de dólares destinados a reformas, anunciou o presidente do Banco Mundial.
Também serão arrecadados mais 1,2 bilhão de dólares para promover "oceanos saudáveis e sustentáveis".
"No total, somam 1,5 bilhão de dólares em novos compromissos ao longo de cinco anos", disse Zoellick, antes de anunciar que o Bird organizará a primeira reunião da Associação em abril em Washington.
A Associação também tem como objetivo aumentar os lucros líquidos anuais da pesca a entre 20 e 30 bilhões de dólares, contra as perdas atuais, calcularas em cinco bilhões de dólares por ano.
As zonas marinhas protegidas devem dobrar, já que atualmente menos de 2% da superfície dos oceanos está protegida, enquanto 12% da terra está preservada.
No aspecto econômico, o diretor do Bird destacou que mesmo poucas ações terão um grande impacto.
Nos países em desenvolvimento, os peixes e frutos do mar são a principal fonte de proteínas para um bilhão de pessoas. Além disso, mais de 500 milhões de pessoas têm a pesca como meio de vida.
Nestes países, o peixe é o alimento mais comercializado. Em muitos Estados insulares do Pacífico, os peixes representam 80% das exportações.