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Bill Gates e Canadá lançam iniciativa para diagnósticos baratos

Projeto voltado para países subdesenvolvidos quer incentivar pesquisadores a encontrarem métodos mais rápidos e baratos de encontrar doenças

A fundação de Bill Gates espera gastar em três anos US$ 21,1 milhões no projeto (Mark Wilson/Getty Images)

A fundação de Bill Gates espera gastar em três anos US$ 21,1 milhões no projeto (Mark Wilson/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de dezembro de 2011 às 12h14.

Montreal - A fundação de Bill e Melinda Gates e um organismo financiado pelo Estado canadense investirão 32 milhões de dólares para ajustar as ferramentas de diagnóstico médico que funcionam em regiões subdesenvolvidas e que podem salvar um grande número de vidas.

A fundação do criador da gigante de informática Microsoft espera gastar em três anos 21,1 milhões de dólares americanos e a ONG canadense Grandes Desafios 10,8 milhões, anunciaram em um comunicado conjunto divulgado nesta sexta-feira.

A iniciativa busca incentivar pesquisadores e inventores a desenvolver instrumentos mais baratos para identificar doenças que atingem os países em desenvolvimento, como a malária, a tuberculose, a Aids e vários males tropicais, desde o primeiro contato do potencial paciente com um trabalhador da saúde, incluindo as zonas rurais desprovidas de equipamentos modernos.

"Imagine um aparelho a pilhas que se possa ter em mãos, que seja capaz de analisar uma gota de sangue e determinar, em poucos minutos, se uma criança sofre de malária, de dengue ou de uma infecção bacteriana", disse Peter A. Singer, diretor da Grandes Desafios Canadá.

"Um diagnóstico rápido só de malária poderia evitar 100 mil mortes ao ano. Acreditamos que esta perspectiva e outros meios para salvar vidas estejam ao nosso alcance", acrescentou Singer.

Foram fixados cinco objetivos para este projeto: tomar a amostra de sangue (ou outro material biológico), prepará-la para ser analisada, identificar doenças eventuais, transmitir dados e receber os resultados, garantir o funcionamento do aparelho em zonas sem eletricidade ou refrigeração.


Além disso, os pesquisadores devem pensar em criar um aparelho barato e de fácil acesso.

"Nosso objetivo é ter diagnósticos que custem menos de um dólar a unidade, o preço do aparelho incluído", disse.

E as diferentes ferramentas de diagnóstico devem ser "tão universais como a conexão USB", que pode ser plugada em entradas de qualquer computador.

Um dos beneficiários selecionados, a Bigtec Labs de Bangalore, na Índia, já desenvolveu um aparelho de análises portátil chamado "mini-PCR" (Polymerase Chain Reaction), capaz de identificar a malária a partir de rastros de DNA.

Os pesquisadores deste laboratório esperam utilizar os fundos recebidos - 1,3 milhão de dólares - para melhorar um filtro sofisticado que, graças às nanotecnologias, concentrará o DNA do patogênico recolhido do sangue, da saliva, da urina, de extrações do nariz ou da garganta. Concentrado, o DNA poderá ser analisado no mini-PCR.

Outros projetos vão desde pedaços de pano de seda utilizados para a detecção barata de doenças no sangue ou na urina a cotonetes para exames de diarreia, causa importante de mortalidade infantil nos países tropicais.

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