A viagem de Biden é a primeira de um presidente americano à África desde 2015, e a primeira para Angola, um país petroleiro com litoral no Atlântico (Will Oliver/EFE)
Agência de notícias
Publicado em 1 de dezembro de 2024 às 13h27.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu visitar a África durante o seu mandato e o fará "in extremis" esta semana, antes de deixar a Casa Branca em janeiro, para reafirmar as ambições dos Estados Unidos no continente diante do avanço da China.
Biden, que devolverá o poder a Donald Trump em 20 de janeiro, estará em Luanda de segunda à quarta-feira.
O democrata de 82 anos tinha previsto esta viagem para outubro, mas a cancelou devido à passagem de um furacão na Flórida.
A viagem é a primeira de um presidente americano à África desde 2015, e a primeira para Angola, um país petroleiro com litoral no Atlântico.
"Não é nem pouco, nem tarde", afirmou um alto funcionário americano a jornalistas. "Penso que depois de anos de pouca presença [na região], o presidente Biden nos colocou de volta no jogo".
Biden mencionará vários investimentos no país e na região, começando pelo "corredor de Lobito", um gigantesco projeto ferroviário que liga o porto angolano de Lobito à República Democrática do Congo, com um ramal para a Zâmbia, para transportar matérias-primas estratégicas como cobre e cobalto.
Em 2023, Biden recebeu o presidente angolano, João Lourenço. À época, classificou o projeto, que também é apoiado pela União Europeia, como o investimento "mais importante" dos Estados Unidos em ferrovias na África.
O democrata se reunirá com o presidente anfitrião, pronunciará um discurso e fará anúncios sobre saúde, agricultura, cooperação militar e preservação do patrimônio cultural.
Organizações não governamentais pediram a Biden que fale sobre a situação dos direitos humanos em Angola.
Segundo a Anistia Internacional, a polícia angolana matou pelo menos 17 pessoas em três anos em manifestações. Biden também deve pedir que Angola "liberte imediatamente cinco críticos do governo detidos arbitrariamente por mais de um ano", indicou a ONG.
O alto funcionário americano assinalou que os governos africanos estão buscando alternativas aos investimentos chineses, especialmente quando sua consequência é "viver sob o peso de enormes dívidas por gerações".
Angola deve à China 17 bilhões de dólares (cerca de R$ 102 bilhões), o que equivale à aproximadamente 40% do total de seu passivo.