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Biden venceu o último debate contra Trump, apontam comentaristas

Uma pesquisa realizada pela CNN com telespectadores do debate indicou que Biden venceu o debate para 53%, enquanto 39% apontaram que Trump foi o vitorioso

Joe Biden e Donald Trump: democrata teve um bom desempenho em geral, enquanto que o republicano foi criticado especialmente por não ter exposto seus planos para mais quatro anos de governo (Jim Bourg/Pool/Reuters)

Joe Biden e Donald Trump: democrata teve um bom desempenho em geral, enquanto que o republicano foi criticado especialmente por não ter exposto seus planos para mais quatro anos de governo (Jim Bourg/Pool/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de outubro de 2020 às 11h19.

Última atualização em 23 de outubro de 2020 às 14h39.

O candidato Joe Biden foi o vencedor do último debate com o presidente Donald Trump realizado na Belmont University em Nashville nesta quinta-feira, de acordo com avaliações de especialistas em emissoras de televisão americanas.

O democrata teve um bom desempenho em geral, enquanto que o republicano foi criticado especialmente por não ter exposto seus planos para mais quatro anos de governo e ter demonstrado falta de empatia para tratar do sofrimento de muitos americanos, sobretudo das vítimas da pandemia do coronavírus no país.

Uma pesquisa realizada pela CNN com telespectadores do debate indicou que Biden venceu o debate para 53%, enquanto 39% apontaram que Trump foi o vitorioso. A amostra da pesquisa tinha 32% de eleitores democratas, 31% republicanos e os demais eram independentes.

"Biden teve o melhor debate em 2020, pois colocou Trump na defesa em vários momentos, entre eles sobre o pagamento de tributos e não divulgação de declarações de impostos de renda, além de ter foco quando ouviu ataques ao seu filho Hunter Biden" comentou Jonathan Karl, correspondente na Casa Branca da rede ABC. Ele referia-se a ataques do presidente a Hunter Biden, que segundo ele teria recebido recursos de forma ilegal de uma empresa de energia na Ucrânia, o que foi negado de forma taxativa pelo democrata. "Os comentários de Trump contra o filho de Biden foram feitos como se o presidente estivesse em uma realidade alternativa", comentou Jake Tapper, âncora da rede CNN.

Os especialistas apontaram que Donald Trump e Joe Biden permitiram que o debate ocorresse com certa fluidez, ao contrário do que ocorreu no primeiro confronto entre ambos, no dia 29 de setembro, quando o presidente interrompeu o democrata por dezenas de vezes de forma agressiva, o que provocou o aumento da vantagem de Biden para o republicano nas pesquisas de opinião.

"Talvez a hemorragia (na popularidade) de Trump foi estancada. Mas é muito pouco para um candidato que precisa virar o jogo rapidamente", comentou Chuck Todd, diretor do noticiário político da rede NBC.

 

Trump recebeu reações negativas pela forma como tratou as ações do seu governo para combater a pandemia do coronavírus, inclusive por não ter exibido no debate nenhuma solidariedade às famílias das pessoas que ficaram doentes ou faleceram por causa da enfermidade.

"Esta postura do presidente é mal recebida por boa parte do público, sobretudo pelas mulheres que vivem em subúrbios, um segmento muito importante dos eleitores onde o presidente está bem atrás nas intenções de voto", afirmou a comentarista Andrea Mitchell, na emissora NBC. "O presidente mostra grandes dificuldades para tratar com empatia sobre este tema, o que não ocorre pelo modo de comunicação do vice-presidente, Mike Pence.", destacou Abby Phillip, na CNN.

Trump também recebeu críticas pelo fato de que seu governo separou mais de 500 pequenas crianças de seus país imigrantes ilegais nos EUA e que agora as autoridades federais não conseguem encontrar aqueles parentes para reuni-los novamente. "O presidente não pediu desculpas por tais atos desumanos de sua administração, o que foi horrível", apontou o comentarista Van Jones na CNN.

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