O presidente Barack Obama e o vice-presidente Joe Biden: Biden reafirmou "o apoio dos Estados Unidos à luta do governo iraquiano contra os" jihadistas do EI (Saul Loeb/AFP)
Da Redação
Publicado em 25 de maio de 2015 às 18h06.
Washington - O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tentou nesta segunda-feira acabar com a situação embaraçosa criada entre Washington e Bagdá após o secretário de Defesa americano, Ashton Carter, culpar as forças iraquianas pela queda de Ramadi, tomada pelo grupo Estado Islâmico.
A Casa Branca informou que Biden telefonou ao premiê iraquiano, Haider al-Abadi, poucas horas depois de o secretário de Defesa sugerir que os jihadistas do Estado Islâmico (EI) conseguiu ocupar a cidade porque "as forças iraquianas não foram capazes de lutar e se retiraram da zona".
Biden "reconheceu o enorme sacrifício e coragem das forças iraquianas nos últimos 18 meses em Ramadi e em outros locais", segundo a Casa Branca.
Referindo-se às declarações de Carter, Biden reafirmou "o apoio dos Estados Unidos à luta do governo iraquiano contra os" jihadistas do EI.
Os comentários de Carter foram percebidos como um enfraquecimento da frente EUA-Iraque na batalha contra os jihadistas. Também soaram humilhantes para o primeiro-ministro iraquiano, que tenta desesperadamente manter seu país unido, com forças armadas reduzidas e milícias sectárias de grupos étnicos.
Carter lamentou no domingo em entrevista ao canal CNN que o exército iraquiano "não demonstrou vontade de lutar" para defender a cidade estratégica de Ramadi, que caiu nas mãos dos jihadistas em 17 de maio.
Ele destacou que o grupo extremista sunita EI só pode ser vencido pelo engajamento das forças iraquianas, ainda que os Estados Unidos apoiem com ataques aéreos, forneçam equipamentos e treinem soldados.
"Estou surpreso com o que ele disse (...) Estou certo de que ele recebeu informações inexatas", reagiu Abadi na BBC.