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Biden tem grandes chances de desistir no fim de semana, dizem democratas em Washington

Presidente segue sendo pressionado por aliados mesmo após insistir que ficaria na disputa. Imprensa americana

Joe Biden embarca no Air Force One (Kent Nishimura /AFP)

Joe Biden embarca no Air Force One (Kent Nishimura /AFP)

Publicado em 17 de julho de 2024 às 22h52.

Última atualização em 18 de julho de 2024 às 19h38.

Milwaukee, Wisconsin - O presidente Joe Biden tem grandes chances de desistir da disputa presidencial dos EUA no fim de semana, disseram integrantes do Partido Democrata, em grupos de conversa, aos quais à EXAME teve acesso.

Nas últimas 24 horas, aumentaram substancialmente as reportagens jornalísticas na imprensa americana dando conta da informação. O New York Times noticiou nesta quinta-feira, 18, que várias pessoas próximas a ele afirmaram que o político democrata passou a começar a aceitar a ideia de "pode não ser capaz de vencer em novembro e pode ter que sair da corrida, cedendo às crescentes exigências de muitos membros ansiosos de seu partido".

Essas fontes narram que “a realidade está se impondo”, segundo o NYT, e que não seria surpresa se Biden fizesse um anúncio em breve endossando a vice-presidente Kamala Harris como sua substituta.

Pressão contra Biden

Biden não tem conseguido conter a onda de pressão para que ele deixe a candidatura, vinda de parcelas cada vez maiores do partido. O senador Chuck Schumer, líder democrata no Senado, teria pedido ao presidente que desista da disputa durante uma conversa no sábado. A conversa foi revelada pela ABC News nesta quarta, 17.

Também na quarta,  o deputado democrata Adam Schiff pediu publicamente que Biden deixe a campanha. "Tenho preocupações sérias se o presidente poderá derrotar Donald Trump em novembro".

Para completar o dia, Biden foi diagnosticado com Covid e cancelou eventos públicos, segundo a Casa Branca.

O presidente tem dito que quer seguir na campanha, mas não consegue conter as críticas. Doadores disseram que deixarão de dar recursos à campanha, e há um temor de outros candidatos do partido de que a presença de Biden na eleição possa atrapalhar outras disputas locais, como de governador e deputado. Como o voto não é obrigatório, eleitores democratas menos empolgados podem apenas não comparecer às urnas.

Uma pesquisa divulgada pela Associated Press-NORC apontou que quase dois terços dos democratas acha melhor que Biden deixe a disputa.

Crise de Biden

A crise de Biden começou em 27 de junho, quando ele foi muito mal em um debate na TV. O presidente gaguejou em várias respostas e pareceu perdido em muitos momentos.

Duas semanas depois, em 13 de julho, Trump foi alvo de um tiro durante um comício na Pensilvânia. Ele teve um ferimento na orelha e sobreviveu. O caso ampliou o apoio entre seus seguidores. Ao mesmo tempo, o governo Biden foi questionado por falhas de segurança, já que o Serviço Secreto faz a proteção do ex-presidente.

A candidatura presidencial democrata será confirmada na convenção em agosto. Até lá, seria mais fácil fazer a troca de candidato. No entanto, isso só deverá ocorrer se o próprio Biden optar por desistir. Como ele conquistou votos suficientes nas primárias, tem o direito de ser o candidato do partido.

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