Biden: democrata participa de manifestação de sindicato por aumento salarial (JIM WATSON/AFP/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 26 de setembro de 2023 às 15h54.
O presidente dos Estados Unidos Joe Biden se tornou nesta terça-feira, 26, o primeiro chefe do executivo americano em exercício a visitar grevistas. Em campanha pela reeleição, Biden viajou para Michigan, estado no norte do país e epicentro de uma greve histórica que afeta as três grandes montadoras do setor: General Motors, Ford e Stellantis.
No piquete montado por sindicalistas do United Auto Workers (UAW) em uma das fábricas da Ford, o democrata afirmou que os trabalhadoras "salvaram a indústria automotiva em 2008" e merecem ser recompensados pelos "sacrifícios". "Vocês merecem os aumentos significativos de que precisam, e outros benefícios. Vamos recuperar o que perdemos ", disse Biden, sendo aplaudido em seguida.
Biden disse ainda que as empresas estiveram em dificuldades, mas agora estão "incrivelmente bem". "O nosso presidente optou por defender a justiça econômica e social", disse o presidente do UAW, Shawn Fain, que falou na sequência do mesmo piquete.
De acordo com comunicado da Casa Branca, o presidente junta-se ao piquete em solidariedade com os homens e mulheres do sindicato UAW enquanto eles lutam por uma parcela justa do valor que ajudaram a criar.
A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, classificou a visita como "histórica". "Embora o presidente Biden não seja nenhum estranho em um piquete, na verdade, ele se juntou ao UAW em um piquete em Kansas City, em 2019, hoje nós teremos a primeira vez que um presidente no cargo visitará um piquete nos tempos modernos", disse Jean-Pierre.
"É um apoio muito importante, porque acredita naquilo pelo que lutamos. Isso me enche de orgulho", disse à AFP um dos trabalhadores, Patrick Small. Para ele, o sindicato UAW do setor deve apoiar o presidente.
Biden fez do apoio aos sindicatos uma característica fundamental de seu mandato. O apoio do sindicato UAW à sua candidatura em 2020 foi essencial para que o estado de Michigan votasse a seu favor, após votar em ex-presidente Donald Trump em 2016. Para o democrata, o desafio é provar que ele é o defensor dos trabalhadores, dos sindicatos e o arquiteto do ressurgimento da indústria americana. O governo democrata é uma das forças motrizes por trás da mudança histórica da indústria automotiva em direção aos veículos elétricos.
Ao visitar o local na terça-feira, abriu vantagem em relação ao republicano, que irá ao mesmo estado na quarta-feira para apoiar os trabalhadores. Trump, que anunciou sua viagem antes da de Biden, acusou o presidente de copiá-lo. Seu porta-voz, Jason Miller, classificou a visita do presidente como "uma pobre sessão de fotos". A Casa Branca nega que a ideia de Trump tenha influenciado a decisão do presidente.
"Quando ele caminhar lentamente para fingir que está num 'piquete', lembrem-se que ele quer enviar os empregos de vocês para a China", escreveu Trump em sua rede Truth Social.
O republicano precisa recuperar os votos de operários de estados-chave como Michigan, Pensilvânia e Wisconsin, conquistados em 2016. Amanhã, o Trump discursará na frente de uma fábrica de autopeças em Clinton Township, Michigan, segundo sua equipe de campanha, a cerca de 60 quilômetros do local onde Biden está nesta terça-feira.