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Biden pede incorporação da África ao G20 e planeja visitar o continente

"Os Estados Unidos estão totalmente comprometidos com a África", disse Biden a quase 50 líderes africanos

Joe Biden: "Quando a África tem sucesso, os EUA têm sucesso. Todo o mundo tem sucesso", declarou o presidente (AFP/AFP Photo)

Joe Biden: "Quando a África tem sucesso, os EUA têm sucesso. Todo o mundo tem sucesso", declarou o presidente (AFP/AFP Photo)

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AFP

Publicado em 15 de dezembro de 2022 às 19h07.

Última atualização em 15 de dezembro de 2022 às 19h28.

O presidente americano, Joe Biden, apoiou, nesta quinta-feira, 15, um papel maior para a África no mundo, mas também prometeu que os Estados Unidos não terão vergonha de promover a democracia.

"Os Estados Unidos estão totalmente comprometidos com a África", disse Biden a quase 50 líderes africanos que se reuniram em Washington durante três dias.

"A África deve estar à mesa em todas as salas onde são discutidos os desafios globais e em todas as instituições", afirmou.

Biden, que em setembro pediu um assento permanente para África no Conselho de Segurança da ONU, apoiou uma representação permanente da União Africana no Grupo das 20 maiores economias e anunciou que planeja uma visita, a primeira de um presidente americano a países subsaarianos do continente desde 2015.

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"Todos veremos vocês e vocês verão muitos de nós", disse Biden na cúpula, sem especificar uma data ou destinos. E acrescentou: "Alguns de vocês me convidaram para seus países. Eu disse, cuidado com o que desejam, porque posso aparecer."

Sua viagem seria a primeira visita de um presidente americano à região desde julho de 2015, quando Barack Obama visitou o Quênia e a Etiópia.

O antecessor de Biden, o republicano Donald Trump, não escondia sua falta de interesse na África subsaariana e foi o primeiro presidente em quatro décadas a não visitar a região enquanto ocupava o cargo.

Na quarta-feira, o presidente americano defendeu a construção de uma grande "aliança" com a África, cujo "sucesso" é fundamental para o mundo.

"Quando a África tem sucesso, os Estados Unidos têm sucesso. Todo o mundo tem sucesso", declarou Biden.

O presidente defendeu "associações não para criar obrigações políticas ou fomentar a dependência, mas para estimular o sucesso e as oportunidades compartilhadas", acrescentou em um discurso no qual detalhou uma série de investimentos de seu país no continente africano.

O governo Biden prevê desembolsar US$ 55 bilhões na África nos próximos três anos em diferentes setores, como digital, saúde e combate às mudanças climáticas.

Paralelamente, o presidente aplaudiu os quase US$ 15 bilhões em contratos prometidos à margem da cúpula pelo setor privado americano e africano em diferentes áreas, incluindo a alta tecnologia.

DNA democrático

Em contraste com a China, que faz negócios com todos os regimes africanos, os Estados Unidos têm se esforçado para enfatizar a democracia, mesmo quando Biden convida líderes vistos como autoritários.

"Os Estados Unidos vão sempre liderar com nossos valores", disse Biden aos líderes africanos. “Apoio a democracia, o respeito ao Estado de direito, o compromisso com os direitos humanos, o governo responsável. Tudo isso faz parte do nosso DNA”.

Ao anunciar US$ 100 milhões para a segurança, Biden também disse que os Estados Unidos investirão US$ 75 milhões para combater o "retrocesso democrático", inclusive fortalecendo as autoridades eleitorais e a sociedade civil.

O presidente de Senegal, Macky Sall, atual chefe da União Africana, agradeceu aos Estados Unidos pelo apoio à instituição e expressou seu apreço pela cúpula de Biden.

Mas também pediu a Washington que ponha fim às sanções de longa data contra o Zimbábue e expressou preocupação com um projeto de lei no Congresso americano que imporia sanções aos países africanos por suas negociações com a Rússia.

"Esta seria a primeira vez nas relações internacionais que um continente inteiro está sendo visado", disse Sall a Biden na cúpula.

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