Mundo

Biden: novo ataque em Cabul é 'muito provável' em 24 ou 36 horas

O aeroporto da capital do Afeganistão, controlado pelos EUA, foi alvo de atentado do Estado Islâmico na quinta-feira

Biden: morte de 13 militares americanos em atentado do EI ampliou cobranças ao governo (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

Biden: morte de 13 militares americanos em atentado do EI ampliou cobranças ao governo (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

A

AFP

Publicado em 28 de agosto de 2021 às 18h12.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, alertou neste sábado, 28, que um novo ataque ao aeroporto de Cabul é "muito provável" nas "próximas 24 a 36 horas". 

O mandatário americano disse ainda que o bombardeio de drones que matou dois membros do grupo Estado Islâmico neste sábado não será "o último".

"A situação no local continua extremamente perigosa e a ameaça de um ataque terrorista no aeroporto continua alta", escreveu o presidente em um comunicado após se reunir com seus conselheiros militares e de segurança.

"Nossos comandantes me informaram que um ataque nas próximas 24 a 36 horas é muito provável."

O ataque americano ocorreu como resposta a um atentado contra militares americanos e civis no Afeganistão. Dois homens-bomba detonaram na quinta-feira, 26, explosivos no aeroporto de Cabul.

Os EUA acusaram o Estado Islâmico (que é visto como rival do Talibã) de estar por trás do ataque, e a organização também reivindicou a autoria do atentado.

Ao menos 13 militares americanos morreram e o número de vítimas civis deve ser de ao menos 90 afegãos. 

O ataque motivou retaliações por parte dos militares dos EUA, que mataram dois "alvos importantes" do EI no Afeganistão, segundo anunciou o Pentágono hoje. Washington não revelou os nomes de seus alvos.

"Eu disse que iríamos atrás do grupo responsável pelo ataque a nossas tropas e civis inocentes em Cabul, e fomos", disse Biden em sua declaração.

"Este ataque não foi o último. Continuaremos a rastrear qualquer indivíduo envolvido neste atentado hediondo e faremos com pague por isso".

Nome dos mortos em Cabul

Na tarde deste sábado, o Pentágono divulgou a identidade dos 13 soldados mortos no ataque de quinta-feira.

Cinco deles tinham 20 anos, a exata duração da guerra mais longa já travada pelos Estados Unidos, que começou em 2001 no Afeganistão.

Os EUA invadiram o Afeganistão após os atentados de 11 de setembro, acusando o país de apoiar a Al Qaeda e o terrorista Osama Bin Laden.

"Sua coragem e altruísmo permitiram até agora que mais de 117.000 pessoas em perigo estivessem seguras", disse Biden sobre a morte dos soldados e o processo de evacuação no Afeganistão.

Os restos mortais desses soldados foram enviados para os Estados Unidos neste sábado, segundo o Pentágono.

Apesar de o Talibã ter vencido o então governo afegão e tomado Cabul em 15 de agosto, o aeroporto ainda é controlado pelos EUA, que lidera uma operação de evacuação de americanos, outros estrangeiros e aliados afegãos que buscam fugir do país.

A data para que os EUA deixem completamente o aeroporto é 31 de agosto, embora governos europeus que também atuam no Afeganistão tenham pressionado Biden para ampliar a missão de retirada dos cidadãos.

O temor de novos atentados no aeroporto é um dos motivos apontados pelos EUA para defender que a operação seja encerrada ainda neste mês.

Tenha acesso ilimitado às principais análises sobre o Brasil e o mundo. Assine a EXAME.

Acompanhe tudo sobre:AfeganistãoEstado IslâmicoGoverno BidenTalibã

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru