A escolha de Klain foi elogiada pelos democratas (Twitter/Reprodução)
AFP
Publicado em 12 de novembro de 2020 às 06h22.
O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, deu na quarta-feira à noite mais um passo na transição, apesar da recusa de Donald Trump a reconhecer a derrota, e nomeou um experiente assessor democrata como chefe de seu futuro gabinete, a primeira escolha pública para sua equipe na Casa Branca.
Biden nomeou Ron Klain, 59 anos, que foi seu chefe de gabinete quando era vice-presidente, e admitiu que os dois têm um caminho árduo pela frente na luta contra a pandemia do coronavírus e para cicatrizar as feridas de um país profundamente dividido.
"Sua experiência ampla e profunda e sua capacidade de trabalhar com pessoas de todos os espectros políticos é, precisamente, o que preciso em um chefe de gabinete da Casa Branca enquanto enfrentamos este momento de crise e voltamos a unir o nosso país", assinalou Biden em comunicado.
"Ron foi indispensável para mim durante os muitos anos em que trabalhamos juntos", completou Biden ao se referir a Klain, que foi seu chefe de gabinete quando o democrata era vice-presidente do país.
No mesmo comunicado divulgado pela equipe de transição do presidente eleito, Klain afirmou que a nomeação é "a honra de toda uma vida".
"Espero ajudar (Biden) e a vice-presidente eleita (Kamala Harris) a formar uma talentosa e diversa equipe para trabalhar na Casa Branca, enquanto abordamos sua ambiciosa agenda de mudança e buscamos sanar as divisões em nosso país", disse Klain.
A escolha de Klain foi elogiada pelos democratas.
A senadora Elizabeth Warren considerou Klain uma "grande escolha" para o posto de chefe de gabinete porque "entende a magnitude da crise econômica e de saúde e tem a experiência para liderar a nova administração no processo".
Depois que os principais meios de comunicação anunciaram no sábado a vitória do democrata, Biden discursou à nação, criou um grupo de trabalho sobre o coronavírus, conversou com líderes mundiais, incluindo alguns dos principais aliados de Trump, e começou a revisar os possíveis integrantes de seu gabinete.
Na quarta-feira ele recebeu felicitações por telefone dos primeiros-ministros australiano, Scott Morrison, e japonês, Yoshihide Suga, assim como do presidente sul-coreano, Moon Jae-in.
Trump, que sempre criticou os que considera "perdedores", se nega a admitir a derrota e iniciou uma batalha legal com a esperança de anular o resultado das eleições, uma manobra chamada de "constrangedora" por Biden na terça-feira.
Seguindo a linha de não reconhecer a vitória de Biden, uma funcionária importante da administração Trump impede o financiamento e a cooperação com a equipe de transição.
O anúncio do chefe do futuro gabinete da Casa Branca encerrou uma jornada marcada pelas homenagens de 11 de novembro, quando Biden e Trump compareceram a eventos diferentes, um contraste com a unidade que caracteriza o Dia dos Veteranos.
Trump visitou o Cemitério Nacional de Arlington, perto de Washington, onde depositou flores no Túmulo do Soldado Desconhecido, enquanto Biden compareceu a uma cerimônia no Monumento à Guerra da Coreia na Filadélfia.
Como é habitual desde o dia das eleições, Trump começou o dia com mensagens no Twitter e seguiu fazendo acusações de fraude eleitoral, sem nenhuma prova concreta.
Trump mantém o apoio das principais vozes do Partido Republicano, que defendem que utilize todos os recursos legais antes de admitir a derrota. Mas alguns republicanos estão começando a pedir ao presidente que reconheça a vitória de Biden.