O presidente dos Estados Unidos,
Joe Biden, e congressistas republicanos chegaram neste sábado a um acordo de princípio para aumentar o
teto da dívida do país, em um primeiro
passo crucial para eliminar a ameaça de um default desastroso em 5 de junho.
Líderes partidários enfrentam agora uma corrida contra o tempo para fortalecer o acordo no Congresso, com republicanos de extrema direita e democratas progressistas criticando as concessões feitas para selar o acordo.
O acordo também ajuda a apaziguar membros da Câmara dos Representantes que exigiram reduções significativas na agenda de gastos domésticos de Biden como condição para evitar um default.
"Acabei de falar ao telefone com o presidente", tuitou o líder da maioria republicana na Câmara, Kevin McCarthy, na noite deste sábado. "Depois que ele perdeu tempo e se recusou a negociar por meses, chegamos a um acordo de princípio que é digno do povo americano."
McCarthy informou que voltará a conversar com Biden amanhã, e que irá supervisionar a redação final do projeto de lei, que tem que ser aprovado no Congresso. A Câmara dos Representantes "irá votar na quarta-feira", afirmou.
US$ 130 bilhões nos primeiros dias de junho
O Tesouro americano vai pagar mais de US$ 130 bilhões nos dois primeiros dias de junho — inclusive a veteranos de guerra e beneficiários do sistema de seguros de saúde Medicare —, que deixarão a pasta com um nível de recursos extremamente baixos. A informação foi dada pela Secretária do Tesouro, Janet Yellen, na última sexta-feira, quando uma carta foi enviada ao Congresso pedindo para "proteger a plena fé e o crédito dos Estados Unidos, agindo o mais rápido possível" para evitar um default.
Risco para a economia do mundo
A diretora-gerente do
Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva,
advertiu na última terça-feira, 23, para os riscos de que lideranças políticas nos Estados Unidos não chegassem a um acordo para a elevação do
teto da dívida do governo federal, expondo o país a um risco de calote.
"É evidente que a falta de um acordo no teto da dívida teria um impacto prejudicial, na economia americana e no mundo", afirmou ela, durante entrevista coletiva que tinha como foco uma revisão do Fundo sobre o Reino Unido.
Preocupação do mercado
Participantes do mercado assumem que, se o Tesouro ficar sem dinheiro suficiente durante um confronto partidário sobre o teto da dívida, o departamento priorizaria os pagamentos de juros e principal dos títulos públicos. Esse mercado, que movimenta US$ 24 trilhões, serve como referência global para custos de empréstimos, como garantia vital para o financiamento nos mercados monetários e constitui uma parte essencial das posições em ativos no mundo todo.
Com conteúdo da AFP, Estadão e Bloomberg