Mundo

Biden e republicanos chegam a acordo de princípio para evitar default da dívida 

Líderes partidários enfrentam agora uma corrida contra o tempo para fortalecer o acordo no Congresso

Biden e McCarthy se reuniram na noite de sábado (AFP/Site Exame)

Biden e McCarthy se reuniram na noite de sábado (AFP/Site Exame)

Publicado em 28 de maio de 2023 às 08h39.

Última atualização em 28 de maio de 2023 às 09h54.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e congressistas republicanos chegaram neste sábado a um acordo de princípio para aumentar o teto da dívida do país, em um primeiro passo crucial para eliminar a ameaça de um default desastroso em 5 de junho.
Líderes partidários enfrentam agora uma corrida contra o tempo para fortalecer o acordo no Congresso, com republicanos de extrema direita e democratas progressistas criticando as concessões feitas para selar o acordo.
Após semanas de negociações tensas no Congresso e na Casa Branca, o acordo deve permitir ao governo aumentar o teto da dívida do país, evitando que a maior economia do mundo fique impossibilitada de honrar seus compromissos e entre em default.
O acordo também ajuda a apaziguar membros da Câmara dos Representantes que exigiram reduções significativas na agenda de gastos domésticos de Biden como condição para evitar um default.
"Acabei de falar ao telefone com o presidente", tuitou o líder da maioria republicana na Câmara, Kevin McCarthy, na noite deste sábado. "Depois que ele perdeu tempo e se recusou a negociar por meses, chegamos a um acordo de princípio que é digno do povo americano."

McCarthy informou que voltará a conversar com Biden amanhã, e que irá supervisionar a redação final do projeto de lei, que tem que ser aprovado no Congresso. A Câmara dos Representantes "irá votar na quarta-feira", afirmou.

US$ 130 bilhões nos primeiros dias de junho

O Tesouro americano vai pagar mais de US$ 130 bilhões nos dois primeiros dias de junho — inclusive a veteranos de guerra e beneficiários do sistema de seguros de saúde Medicare —, que deixarão a pasta com um nível de recursos extremamente baixos. A informação foi dada pela Secretária do Tesouro, Janet Yellen, na última sexta-feira, quando  uma carta foi enviada ao Congresso pedindo para "proteger a plena fé e o crédito dos Estados Unidos, agindo o mais rápido possível" para evitar um default.

Risco para a economia do mundo

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, advertiu na última terça-feira, 23, para os riscos de que lideranças políticas nos Estados Unidos não chegassem a um acordo para a elevação do teto da dívida do governo federal, expondo o país a um risco de calote.
"É evidente que a falta de um acordo no teto da dívida teria um impacto prejudicial, na economia americana e no mundo", afirmou ela, durante entrevista coletiva que tinha como foco uma revisão do Fundo sobre o Reino Unido.

Preocupação do mercado

Clientes de bancos de investimento têm bombardeado Wall Street com perguntas sobre o que vai acontecer se o Tesouro dos EUA ficar sem dinheiro nas próximas semanas e fizer o impensável — deixar de efetuar pagamentos relacionados aos Treasuries, a base do sistema financeiro global.
Participantes do mercado assumem que, se o Tesouro ficar sem dinheiro suficiente durante um confronto partidário sobre o teto da dívida, o departamento priorizaria os pagamentos de juros e principal dos títulos públicos. Esse mercado, que movimenta US$ 24 trilhões, serve como referência global para custos de empréstimos, como garantia vital para o financiamento nos mercados monetários e constitui uma parte essencial das posições em ativos no mundo todo.
Com conteúdo da AFP, Estadão e Bloomberg
Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)Dívida pública

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru