Kamala Harris: é a primeira mulher e a primeira pessoa negra a ocupar o cargo, e, além de Biden, recebeu endosso do ex-presidente Bill Clinton e a ex-secretária de Estado Hillary Clinton (Eris Hoagland/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 21 de julho de 2024 às 17h01.
O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou neste domingo que desistiu da sua campanha à reeleição, após semanas de pressão intensa por sua desistência por parte de congressistas democratas e megadoadores de campanha. Biden, de 81 anos, deu apoio e endossou sua vice-presidente Kamala Harris, a mais cotada para substituí-lo.
Kamala, de 59 anos, é a primeira mulher e a primeira pessoa negra a ocupar o cargo, e, além de Biden, recebeu endosso do ex-presidente Bill Clinton e a ex-secretária de Estado Hillary Clinton. Os Clintons, que elogiaram a “extraordinária carreira de serviço” de Biden, disseram em uma declaração conjunta que estavam “honrados” em se juntar a ele para endossar Harris como a candidata democrata “e farão tudo o que puderem para apoiá-la”.
“Nada nos deixou mais preocupados com nosso país do que a ameaça representada por um segundo mandato de Trump. Ele prometeu ser um ditador desde o primeiro dia”, afirmaram.
Mas, apesar do endosso de Biden e dos Clintons, a substituição e ocupação do cargo por Kamala não são automáticas. O Partido Democrata é livre para para escolher e se reunir em torno de um candidato diferente, se preferir. Além disso, sua indicação só será oficializada quando os delegados da Convenção Nacional Democrata, marcada para agosto, em Chicago, dão seu voto. Veja os nomes cotados pelos caciques do partido para substituir o presidente Joe Biden na corrida à Casa Branca:
Não há regra que estipule que o companheiro de chapa substitua automaticamente o candidato em exercício. É por isso que também é citado o nome do governador da Califórnia, Gavin Newsom, além da vice-presidente.
O democrata, de 56 anos e ex-prefeito de San Francisco, lidera há cinco anos o estado mais populoso do país, a Califórnia, que transformou em um santuário para o direito ao aborto.
Ninguém duvida de suas ambições presidenciais. No ano passado, sua performance em um debate presidencial com o governador da Flórida, o republicano Ron DeSantis — que chegou a anunciar que disputaria a corrida à Casa Branca, mas desistiu e anunciou apoio a Trump —, poderia ter sido um vislumbre de um futuro debate presidencial.
Nos últimos meses, o governador viajou extensivamente ao exterior, publicou anúncios desenfreados que elogiavam sua carreira e investiu milhões de dólares em um comitê de ação política, além de fazer questão de apoiar democratas fora do seu estado durante as eleições, alimentando especulações de que poderia concorrer em 2028. Ou será já em 2024?
Outra possível candidata dos democratas é a governadora Gretchen Whitmer. A mulher de 52 anos governa o Michigan, estado-pêndulo (que não têm preferência eleitoral definida) que tem três eleitorados que os democratas tentam capturar: operários, afro-americanos e árabes. Opositora ferrenha de Donald Trump, ela é conhecida por ter sido alvo de um plano de sequestro por uma milícia de extrema direita, denominada Wolverine Watchmen, em 2020.
O bom desempenho do Partido Democrata nas eleições de meio de mandato — usadas como um termômetro para o presidente e são renovados todos os 435 deputados e cerca de um terço do Senado — foi em parte atribuído ao seu governo. Whimer defende leis de armas mais rígidas, além de defender a revogação de proibições sobre o aborto e apoiar a pré-escola universal.
O estado que governa será um dos mais disputados nas eleições presidenciais de novembro, um forte argumento, segundo os seus apoiadores, para designá-la como candidata do partido.
Aos 51 anos, o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, está à frente do maior "swing state", ou "estado pêndulo" - aquele que pode inclinar-se para um partido ou outro dependendo dos candidatos e de outros fatores.
Esses estados desempenharão um papel decisivo nas eleições de novembro.
Antes de assumir o cargo em 2022, derrotando um rival da direita radical apoiado por Donald Trump, este orador centrista foi eleito duas vezes procurador-geral da Pensilvânia.
Como tal, denunciou as agressões sexuais cometidas por padres católicos contra milhares de crianças e processou o laboratório Purdue, fabricante do poderoso opiáceo OxyContin.
Também circulam os nomes dos governadores de Illinois, J.B. Pritzker; Maryland, Wes Moore; e Andy Beshear, do Kentucky, mas suas chances parecem mais limitadas. Também foram incluídos os da senadora Amy Klobuchar e do secretário de Transportes, Pete Buttigieg, ambos ex-candidatos presidenciais em 2020.