Joe Biden, presidente dos Estados Unidos (Saul Loeb/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 18 de outubro de 2024 às 19h38.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e os líderes aliados de Alemanha, França e Reino Unido destacaram, nesta sexta-feira, 18, em Berlim, sua determinação de seguir apoiando a Ucrânia e "condenaram" o fato de a Rússia continuar com "sua guerra de agressão".
Após uma reunião na capital alemã, o mandatário americano, o presidente francês, Emmanuel Macron, o chefe de governo alemão, Olaf Scholz, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer "reiteraram sua decisão de seguir apoiando a Ucrânia em seus esforços para conseguir uma paz justa e duradoura", diz um comunicado conjunto.
Uma paz "baseada no direito internacional, incluindo a Carta das Nações Unidas, bem como no respeito à soberania e integridade territorial", acrescentaram.
Biden, cujo avião partiu da Alemanha esta tarde, condenou o "ataque vil à Ucrânia" do presidente russo, Vladimir Putin, e afirmou que "a Otan continua forte e mais unida do que nunca".
"Estamos caminhando para um inverno muito difícil. Não podemos desistir", acrescentou. O presidente americano viajou ao país europeu para uma visita de despedida antes das eleições nos Estados Unidos em 5 de novembro.
A situação no terreno é complicada para a Ucrânia, que recua no front e sofre bombardeios maciços após mais de dois anos e meio de conflito.
Kiev e seus aliados temem uma vitória do candidato republicano Donald Trump nas eleições americanas, o que poderia significar uma redução da ajuda militar dos Estados Unidos à Ucrânia.
A Alemanha, o segundo maior fornecedor de armas à Ucrânia depois dos Estados Unidos, já cortou sua ajuda financeira a Kiev pela metade até 2025.
Scholz reiterou o apoio da Otan à Ucrânia, mas alertou que a Aliança do Atlântico Norte não pode se tornar "um beligerante na guerra".
Biden foi recebido com honras pelo presidente Frank-Walter Steinmeier, que lhe concedeu a máxima condecoração alemã por sua defesa dos laços bilaterais e transatlânticos.
O chefe de Estado alemão qualificou Biden de "farol da democracia", que demostrou um apoio inabalável à Otan e à Ucrânia "em nosso momento mais perigoso desde a Guerra Fria".
Além da ofensiva de artilharia russa na frente oriental, a inteligência sul-coreana indicou que a Coreia do Norte enviou um contingente de 1.500 soldados das forças especiais para apoiar Moscou na Ucrânia.
Isso poderia "complicar a situação" no front, disse uma fonte da presidência ucraniana à AFP.
Mostra "o nível de desespero" de uma "Rússia em processo de enfraquecimento", afirmou, por sua vez, o primeiro-ministro britânico Starmer, após seu encontro em Berlim com Biden, Scholz e Macron.
Starmer garantiu que os aliados seguem "absolutamente decididos" a apoiar a Ucrânia.
Até o momento, nenhuma das exigências feitas pelo presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, em seu "plano para a vitória" obteve apoio unânime dos aliados. O plano foi apresentado à União Europeia (UE) e à Otan na quinta-feira.
Após a tumultuada Presidência de Trump (2017-2021), o mandato de Joe Biden marcou uma clara melhora nas relações entre Washington e Berlim, especialmente na questão ucraniana.
O presidente democrata, que se retirou da corrida presidencial, havia adiado uma viagem à Alemanha há uma semana por causa da passagem do furacão Milton pelos EUA.
Além da Ucrânia, a situação no Oriente Médio também está na pauta das reuniões em Berlim.
No comunicado, os quatro dirigentes ocidentais consideraram que a morte do líder do Hamas, Yahya Sinwar, em uma operação militar na Faixa de Gaza, implica "a necessidade imediata" de libertar os reféns israelenses ainda cativos e o fim da guerra em Gaza.