Assassinato de civis na cidade ucraniana de Bucha por tropas russas gerou um enorme clamor global (Brendan Smialowski/Alexei Nikolsky/Getty Images)
Reuters
Publicado em 4 de abril de 2022 às 12h59.
Última atualização em 4 de abril de 2022 às 13h37.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chamou nesta segunda-feira o presidente russo, Vladimir Putin, de criminoso de guerra e disse que pedirá um julgamento por crimes de guerra, depois que relatos de assassinatos de civis na cidade ucraniana de Bucha por tropas russas gerou um enorme clamor global.
Os Estados Unidos vão pedir à Assembleia Geral da ONU que suspenda a Rússia do Conselho de Direitos Humanos da entidade, disse a embaixadora dos EUA na Organização das Nações Unidas nesta segunda-feira, depois que a Ucrânia acusou tropas russas de matar dezenas de civis na cidade de Bucha.
Uma maioria de dois terços dos votos da assembleia de 193 membros em Nova York pode suspender um Estado do conselho por cometer persistentemente violações graves e sistemáticas dos direitos humanos.
Falando em Bucareste nesta segunda-feira, a embaixadora americana Linda Thomas-Greenfield disse que a participação da Rússia no Conselho de Direitos Humanos "é uma farsa".
"E está errado, e é por isso que acreditamos que é hora da Assembleia Geral da ONU votar para removê-los", afirmou.
A embaixadora americana afirmou à Reuters que pretende colocar a medida para suspender a Rússia em votação na Assembleia Geral nesta semana.
Desde que a invasão da Ucrânia começou em 24 de fevereiro, a Assembleia adotou duas resoluções denunciando a Rússia com pelo menos 140 votos a favor. Moscou diz que está realizando uma "operação militar especial" para destruir a infraestrutura militar da Ucrânia.
"Minha mensagem para os 140 países que corajosamente se uniram é: as imagens de Bucha e a devastação na Ucrânia exigem que agora combinemos nossas palavras com ação", disse Linda Thomas-Greenfield, em visita à Romênia para verificar como está lidando com um influxo de refugiados da Ucrânia, a repórteres.
A Rússia está em seu segundo ano de um mandato de três anos no conselho de 47 membros com sede em Genebra. A missão de Moscou nas Nações Unidas em Nova York não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.