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Biden deve ir à posse de Donald Trump nesta segunda-feira?

Confirmação da presença do democrata na cerimônia de posse do novo presidente havia sido feita em outubro de 2024

Joe Biden: democrata passará o comando da Casa Branca ao republicano Donald Trump nesta segunda-feira, 20 (Saul Loeb/AFP)

Joe Biden: democrata passará o comando da Casa Branca ao republicano Donald Trump nesta segunda-feira, 20 (Saul Loeb/AFP)

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 20 de janeiro de 2025 às 08h06.

Última atualização em 20 de janeiro de 2025 às 10h07.

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O presidente Joe Biden estará presente na cerimônia de posse de Donald Trump como novo chefe do executivo dos Estados Unidos. A confirmação foi feita pela porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, em outubro de 2024.

Segundo ela, Biden vai comparecer à posse do próximo presidente, independentemente de quem venceu as eleições. Ela garantiu que a transição de poder será pacífica.

“Este presidente acredita na transferência pacífica de poder e é isso que vocês vão ver este presidente fazer”, disse Jean-Pierre. “Não é sobre ele, é sobre o povo americano. É isso que o povo americano precisa ver, independentemente de quem vencer. Ele certamente vai participar”.

No entanto, Jean-Pierre não comentou sobre a escolha do ex-presidente Donald Trump de não participar da posse de Biden em janeiro de 2021, informou a CNN.

Na ocasião, o republicano e sua esposa Melania deixaram a Casa Branca antes da posse, rompendo com a tradição de recepcionar os novos moradores da residência oficial e de marcar presença na solenidade.

Por outro lado, o então vice-presidente Mike Pence, que chegou a ser ameaçado por apoiadores de Trump durante o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, compareceu ao evento ao lado de sua esposa, Karen.

As tradições na celebração da posse

As cerimônias de posse presidencial nos Estados Unidos seguem uma sequência tradicional desde que Franklin D. Roosevelt assumiu o cargo em 1933. Naquela ocasião, Roosevelt participou de uma celebração religiosa na manhã de sua posse, estabelecendo um costume seguido pelos presidentes eleitos subsequentes.

Após o culto, o presidente eleito Donald Trump, o vice-presidente eleito James David Vance e suas famílias se dirigem ao Capitólio dos EUA, acompanhados por diversas autoridades.

Durante a cerimônia no Capitólio, o vice-presidente eleito é empossado primeiro, normalmente por um funcionário escolhido por ele. Em seguida, o presidente eleito faz o juramento de posse diante do presidente da Suprema Corte. Um almoço e desfile inaugural completam o evento, e a noite geralmente é marcada por bailes em homenagem ao novo presidente.

O protocolo tradicional, no entanto, já sofreu mudanças em situações extraordinárias, como nos casos de sucessão presidencial devido a mortes inesperadas. Em 1865, após o assassinato de Abraham Lincoln, o vice-presidente Andrew Johnson tomou posse em uma cerimônia privada, realizada em sua residência em Washington, D.C.

Quando o presidente John F. Kennedy foi assassinado em 1963, Lyndon B. Johnson foi empossado no avião presidencial Força Aérea no aeroporto de Dallas, em uma cerimônia discreta.

A posse de Joe Biden em 2021 também fugiu do padrão tradicional. Realizada em meio à pandemia de COVID-19, a cerimônia foi restringida para evitar aglomerações e contou com uma segurança reforçada após o ataque ao Capitólio, duas semanas antes, por apoiadores de Donald Trump. O republicano não foi à posse do sucessor. Foi a primeira vez que isso ocorreu desde 1869.

Carta ao sucessor

Joe Biden continuará como presidente dos Estados Unidos até o meio-dia (horário de Washington) de 20 de janeiro de 2025, segundo determinação da Constituição norte-americana. Durante suas últimas horas na ala oeste da Casa Branca, que abriga a administração presidencial, Biden deverá seguir uma tradição de décadas entre os ocupantes do cargo: a entrega de uma carta de transição.

Essa mensagem, destinada ao sucessor, costuma conter conselhos, palavras de incentivo ou votos de sucesso para o governo que se inicia. Escrita em papel timbrado da Casa Branca, a carta é deixada sobre a icônica mesa "Resolute", no Salão Oval. A mesa foi um presente da rainha Vitória ao então presidente Rutherford B. Hayes.

Embora a origem dessa tradição seja incerta, historiadores acreditam que ela começou em 1989, quando Ronald Reagan escreveu uma mensagem descontraída para seu vice e sucessor, George H.W. Bush, mencionando que sentiria falta de seus almoços juntos. Desde então, presidentes têm mantido a prática em todas as transições de poder.

Na época, George H.W. Bush desejou felicidade a Bill Clinton, aconselhando-o a não desanimar diante das críticas. Clinton, por sua vez, escreveu a George W. Bush, desejando-lhe sucesso e afirmando que rezava por ele e sua família. George W. Bush alertou Barack Obama sobre os desafios da presidência, mas também destacou que ele estava iniciando um "capítulo extraordinário".

Quando deixou o cargo, Obama parabenizou Donald Trump pela vitória em 2016 e expressou o desejo de prosperidade e segurança para os americanos, independentemente de diferenças partidárias. Ele também sugeriu que Trump valorizasse momentos com amigos e familiares para enfrentar os desafios do cargo.

Por fim, Donald Trump seguiu a tradição e deixou uma carta para Joe Biden. Embora o conteúdo nunca tenha sido divulgado, Biden descreveu a mensagem como “generosa”.

Quando é a posse de Donald Trump nos EUA?

A posse do republicano Donald Trump será no dia 20 de janeiro, quando os Estados Unidos realizam a cerimônia de posse, que marca o início de um novo mandato presidencial.

O evento cívico-militar, que inclui uma cerimônia oficial e atividades públicas, ocorre tradicionalmente ao meio-dia, horário local, no Capitólio dos Estados Unidos. Após o juramento, Trump deve fazer seu primeiro discurso oficial, estabelecendo o tom para seu mandato, e em seguida participará de um desfile pela avenida Pensilvânia.

O trajeto liga o Capitólio à Casa Branca, onde o republicano exercerá suas funções pelos próximos quatro anos. Esse desfile é uma tradição que representa o percurso simbólico do poder para a residência oficial do chefe do Executivo americano.

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