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Biden alega que políticas de Trump podem significar um “desastre econômico” para os EUA

Atual presidente disse que seu sucessor deve decidir entre continuar a reforçar a classe trabalhadora ou favorecer os ricos e os grandes negócios

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 11 de dezembro de 2024 às 08h20.

Última atualização em 11 de dezembro de 2024 às 08h26.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, alegou nesta terça-feira, 10, que as políticas de seu sucessor, Donald Trump, especialmente as propostas de redução de impostos para os ricos e as grandes corporações, podem significar um “desastre econômico” para o país.

“Peço a Deus que o presidente eleito rejeite o Projeto 2025. Penso que seria um desastre econômico”, declarou Biden, saindo do roteiro durante um discurso no centro de estudos Brookings, em Washington.

Biden alertou para os riscos que algumas das medidas de Trump podem representar para a economia americana, sobretudo se forem aplicadas as diretrizes do chamado “Projeto 2025”, concebido pela fundação conservadora Heritage para um segundo mandato de Trump e que contou com a colaboração de conselheiros do presidente eleito, embora ele próprio tenha posteriormente tentado se desvincular desse plano.

Biden afirmou que Trump, que tomará posse em 20 de janeiro de 2025, deve decidir entre continuar a reforçar a classe trabalhadora ou favorecer os ricos e os grandes negócios.

“O resultado desta eleição nos coloca em um momento crucial: continuaremos a conduzir a economia de baixo para cima e do centro para fora, investindo em todos os americanos, apoiando os sindicatos e as famílias trabalhadoras?", questionou.

Após tarifas anunciadas por Trump, Biden pede que relação com México e Canadá não seja prejudicada

Biden argumentou que os investimentos em infraestruturas, na indústria transformadora e nas comunidades marginalizadas realizados durante seu mandato evitaram uma grande crise econômica na sequência da pandemia de covid-19, e que essas medidas lançaram as bases para um crescimento sustentável.

No entanto, ele alegou que as reduções fiscais propostas por Trump, combinadas com reduções nos programas sociais e o aumento dos custos dos cuidados de saúde, podem pôr em risco esses ganhos.

Trump prometeu aumentar as reduções de impostos para as grandes empresas que introduziu em seu primeiro mandato e propõe reduzir a taxa de imposto de 21% para 15% para as empresas que produzem todos os seus produtos nos EUA.

Biden também criticou a intenção de Trump de aplicar tarifas, como a de 25% que ameaçou impor ao Canadá e ao México se eles não travarem o tráfico de drogas e a imigração ilegal, e a sobretaxa de até 60% sobre produtos chineses.

“Trump parece determinado a impor tarifas universais elevadas sobre todas as importações, acreditando erradamente que serão os países estrangeiros que vão suportar os custos, e não os consumidores americanos. Quem é que eles pensam que vai acabar pagando? Esse é um erro grave”, afirmou Biden.

Durante o discurso, que durou mais de meia hora, Biden teve de improvisar porque, conforme disse, o 'teleprompter' deixou de funcionar.

Depois, em um tom mais descontraído, Biden brincou com os cheques de estímulo enviados durante o primeiro mandato de Trump para ajudar os cidadãos durante a pandemia, que tinham a sua assinatura, e os comparou com os que ele distribuiu sem seu nome.

“Aprendi uma coisa com Donald Trump. Ele assinou os cheques de ajuda à pandemia, eu não. Não assinei. Como fui tolo", disse.

Biden também destacou as conquistas econômicas de seu mandato, que começou em janeiro de 2021. Entre elas, citou a criação de 16 milhões de empregos - o maior número em um único mandato presidencial - e a menor taxa média de desemprego em 50 anos, além da menor diferença de riqueza racial em duas décadas.

“A maioria dos economistas concorda que a nova administração vai herdar uma economia bastante sólida, pelo menos por enquanto”, vangloriou-se Biden.

No entanto, apesar desses indicadores positivos, a preocupação dos americanos com a economia foi um dos fatores determinantes para a vitória de Trump sobre a atual vice-presidente, Kamala Harris, que concorreu pelo Partido Democrata nas eleições presidenciais de 5 de novembro.

A inflação foi, de fato, a principal preocupação dos eleitores. Em junho de 2022, atingiu um recorde de 9,1%, o maior patamar desde 1981, embora tenha diminuído o ritmo desde então, com os últimos dados disponíveis, correspondentes a outubro, mostrarem que está na faixa de 2,6%.

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