O Material tem 45 horas de conversas de John F. Kennedy (Darren McCollester/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 24 de janeiro de 2012 às 17h25.
Nova York - Ele não sabia de nada e não esperava nada, mas o ex-presidente americano John F. Kennedy previu um "dia difícil" para a segunda-feira que seria a de seu enterro, em novembro de 1963, segundo gravações secretas que se tornaram públicas nesta terça-feira.
A biblioteca John F. Kennedy de Boston divulgou 45 horas de conversas do presidente nos três meses que precederam sua morte, e que cobrem diálogos com os colaboradores sobre assuntos que vão da guerra do Vietnã às relações com a extinta URSS, passando pela convenção democrata de 1964.
Três dias antes de seu assassinato em Dallas (Texas) no dia 22 de novembro de 1963, o presidente tentou organizar um encontro com um dirigente indonésio.
"Segunda-feira ? Será um dia difícil", disse.
"Será um dia infernal, senhor presidente", (It's a hell of a day, Mr President), respondeu um assessor.
JFK foi enterrado naquela segunda-feira, três dias depois do assassinato.
Numa outra gravação, no dia 10 de setembro de 1963, JFK expressou frustração ante as informações contraditórias do Departamento de Estado e dos militares sobre o que acontecia no Vietnã. "Vocês foram ao mesmo país?" perguntou ele a um general e a um assessor de volta de missão de quatro dias.
Na terceira gravação, no dia 17 de setembro, fala de uma cooperação URSS/EUA para a conquista da Lua.
"Gostaria de chegar a um acordo para decidir quando tentaremos, juntos, ir à Lua. Dessa forma, não haveria esta corrida intensa", disse ele a seu embaixador em Moscou, Foy Kohler.
Nestas 45 horas de conversação, pode-se ouvi-lo também falar sobre a convenção democrata de 12 de novembro de 1964, na qual pleiteava se apresentar para um segundo mandato. "Os filmes serão coloridos? Isso fará um bom efeito. Não sei quanto isto custaria" declara.