Líder do Partido Democrático italiano, Pierluigi Bersani: político se mostrou irredutível em sua rejeição aos apelos de Berlusconi para compartilhar o poder em uma "grande coalizão" (Tony Gentile/Reuters)
Da Redação
Publicado em 9 de abril de 2013 às 09h03.
Roma - O líder da centro-esquerda italiana, Pier Luigi Bersani, confirmou nesta terça-feira uma reunião em breve com seu rival de centro-direita Silvio Berlusconi, mas deu poucas esperanças de um avanço no impasse político que perdura desde a eleição inconclusiva de fevereiro.
Bersani conquistou a maioria na Câmara dos Deputados mas não no Senado, o que lhe teria permitido formar um governo. Até agora ele recusou apelos de Berlusconi por uma "grande coalizão" entre as duas forças rivais.
Ele disse que iria encontrar Berlusconi em "algum momento nos próximos dias" para discutir a eleição do próximo presidente da Itália, um processo que envolve as duas Casas do Parlamento, bem como representantes das regiões italianas, e que começa em 18 de abril.
No entanto, Bersani se mostrou irredutível em sua rejeição aos apelos de Berlusconi para compartilhar o poder em uma "grande coalizão", dizendo que o líder de centro-direita demonstrou durante o governo tecnocrata de Mario Monti não ser digno de confiança.
"Quando eu encontrar com ele, vou dizer: 'Nós não esquecemos. Nós conhecemos você, mesmo se você tentar se disfarçar", disse ele à televisão estatal RAI.
O comentário ressalta o quanto está travado o impasse entre as duas principais forças no Parlamento mais de 40 dias após a eleição que não deixou nenhum partido em condições de formar um governo.
A outra força principal, o Movimento 5 Estrelas liderado pelo ex-comediante Beppe Grillo, recusou qualquer aliança com ambos os grandes partidos, os quais culpa pela profunda crise social e econômica da Itália.
O impasse deve complicar a eleição para o sucessor do presidente Giorgio Napolitano, cujo mandato termina em 15 de maio.
A votação é vital, porque com o seu mandato prestes a expirar, Napolitano já não tem o poder de dissolver o Parlamento e convocar novas eleições, e caberá a seu sucessor encontrar uma saída para o impasse.