Deputados impediram a promotoria de revistar o escritório do contador de Berlusconi (Sean Gallup/GETTY IMAGES)
Da Redação
Publicado em 21 de fevereiro de 2011 às 14h45.
Roma - O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, disse nesta sexta-feira que o país "uma República judicial, intervinda pela Promotoria", em referência à investigação da qual é objeto por concussão e incitação à prostituição de menores.
Berlusconi se encontra em Bruxelas na cúpula de chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) e enfrenta nesta sexta-feira um novo episódio na investigação do chamado caso Ruby, a jovem marroquina que quando era menor supostamente manteve relações íntimas com o governante.
Supostas fotografias nas quais o primeiro-ministro aparece nu e rodeado de meninas circulam pelos jornais italianos para serem vendidas a quem pagar mais, segundo o periódico "Il Fatto Quotidiano".
Ruby foi o estopim para que a Promotoria de Milão começasse a investigar a vida privada de Berlusconi após ter sido chamado, em 27 de maio, a uma delegacia para libertar a moça, presa por um pequeno roubo.
Para que Ruby fosse liberada, o primeiro-ministro alegou que era parente do presidente egípcio, Hosni Mubarak.
Em Bruxelas, Berlusconi se mostrou exultante nesta sexta-feira e fez alusão à maioria com a qual conta novamente na Câmara dos Deputados. "Acho que a maioria superará os 32 deputados na Câmara porque ontem já éramos 315 sem meu voto", argumentou.
Nesta quinta-feira, a Câmara dos Deputados rejeitou o pedido da Promotoria de Milão para revistar o escritório do contador do primeiro-ministro, onde se suspeita que sejam guardados recibos de supostos pagamentos a jovens que compareceram às festas privadas do líder.
Votaram contra a operação 315 deputados, enquanto 298 se manifestaram a favor e um se absteve.
Apesar da decisão da Câmara Baixa, a promotoria segue com a investigação e já anunciou que na próxima semana solicitará a permissão da revista ao juiz das investigações preliminares do processo de Berlusconi.