Silvio Berlusconi, primeiro-ministro da Itália: investigações contra ele continuam (Valerio Pennicino/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 9 de março de 2011 às 12h52.
Roma - O chefe do Governo italiano, Silvio Berlusconi, gastou em 2010 cerca de 34 milhões de euros em joias, antiguidades e principalmente presentes para suas meninas, as chamadas "papi girls", indicou nesta quarta-feira o jornal Il Corriere della Sera.
O político magnata de 74 anos desembolsou 120.000 euros para comprar gravatas, cachecois e outros acessórios da renomada grife napolitana Marinella.
Também comprou 65.000 euros em joias, segundo o resumo de gastos divulgado dentro da investigação judicial aberta contra ele por sua suposta relação com uma prostituta menor de idade, o que na Itália constitui delito.
O magnata das comunicações alugou por 675.000 euros um castelo perto de Portofino e pagou 900.000 euros para gastos de luz de sua mansão na ilha caribenha de Antigua.
Outros 650.000 euros foram pagos a antiquários e galerias de arte.
A investigação denominada "Ruby Rouba-corações", como é conhecida a jovem marroquina Karina El Mahrough, com quem o primeiro-ministro teria se relacionado, indica que Berlusconi costumava presentear as moças de sua preferência com inúmeros objetos de grande valor.
Segundo o jornal, Berlusconi gastou 562.000 euros com 14 "papi girls", a maioria prostitutas de luxo e atrizes de tv que convidava para suas festas privadas em sua residência de Milão, Villa Arcore.
Uma delas, Angela Sozio, imortalizada em várias fotos espalhadas por sua casa de veraneio da Sardenha, recebeu em uma única ocasião 100.000 euros.
Berlusconi, que se define como um homem muito generoso, gastou 40.000 euros com um presente de casamento para uma de uma de suas secretárias.
O advogado de Berlusconi, o deputado Niccolo Ghedini, condenou duramente a publicação desses dados e a definiu como violação da vida privada.
Igualmente negou ter recebido 441.000 euros a título de honorários para defender um dos homens mais ricos da Europa.
Na véspera, centenas de mulheres se manifestaram por ocasião do Dia Internacional da Mulher, em Roma, Florença e Milão para reclamar mais dignidade, tendo como pano de fundo o escândalo sexual envolvendo Berlusconi.
As manifestações foram convocadas pelo movimento espontâneo "Se não for agora, quando será?", que reuniu, em 13 de fevereiro, meio milhão de mulheres e mais de 200 cidades para protestar contra a visão machista e patriarcal que o chefe de Governo tem das mulheres de um modo geral.