O ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi: ele sabia que ela era menor de idade à época dos encontros, dizem juízes (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 21 de novembro de 2013 às 09h47.
Milão - A justiça italiana anunciou hoje (21) que foi "comprovado" que o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi manteve relações sexuais com a marroquina Karima el-Mahroug, conhecida como "Ruby", "em troca de enormes somas de dinheiro e outros pagamentos, como jóias". Além disso, ele sabia que ela era menor de idade à época dos encontros. Os juízes da quarta seção penal do Tribunal de Milão apresentaram hoje (21) as conclusões às quais chegaram para condenar Berlusconi, no último mês de junho, a 7 anos de prisão por concussão e prostituição de menores.
Segundo o documento, que explica o porquê da sentença, os materiais colhidos durante o processo evidenciam que Ruby estava "inserida no sistema de prostituição de Arcore", nome da mansão de Berlusconi. "Sendo assim, foi provado que o responsável pelas exibições sexuais das jovens garotas era propriamente Berlusconi, o qual permitia o 'bunga-bunga' em que convidadas do sexo feminino agiam para satisfazer o réu", afirma o texto.
O documento garante ainda que "a cronologia dos eventos referidos no presente processo e o conteúdo dos diálogos captados durante as investigações fornecem confirmação de que o réu [Berlusconi] tinha consciência de que Ruby era menor de idade" na época dos encontros em Arcore. A presidente do colégio de magistrados, Giulia Turri, porém, proibiu os jornalistas de terem uma cópia do documento sobre a sentença.
Berlusconi foi julgado entre 2011 e junho de 2013 sobre o "caso Ruby", nome pelo qual o processo ficou mundialmente conhecido. O ex-premier foi acusado de pagar, em ao menos 10 ocasiões, para manter relações sexuais com a marroquina no início de 2010.
O ex-primeiro-ministro sempre negou as acusações. Ele afirma que promovia apenas festas e jantares na sua residência, e que o dinheiro dado à jovem era para "ajudá-la". Em julho, o Tribunal de Milão condenou também os italianos Emilio Fede, Lele Mora e Nicole Minetti por serem os responsáveis por organizar as festas que ocorriam na mansão.