O ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi foi acusado de publicar ilegalmente transcrições de conversas telefônicas (Remo Casilli/Reuters)
Da Redação
Publicado em 7 de março de 2013 às 19h47.
Um tribunal de Milão condenou o ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi a um ano de prisão pela publicação ilegal das transcrições de conversas telefônicas, grampeadas pela polícia. Segundo a agência de notícias Ansa, o diário Il Giornale pertence ao irmão do ex-primeiro-ministro, Paolo Berlusconi, que foi condenado a dois anos e três meses de reclusão.
Apesar da condenação, divulgada nesta quinta-feira, Berlusconi recorrerá em liberdade e é improvável que seja colocado atrás das grades durante um possível recurso. Na Itália, é raro que alguém vá para a cadeia em casos nos quais se pode recorrer da sentença, a não ser quando se trata de crime mais grave, como assassinato.
O veredicto não tem impacto sobre a participação de Berlusconi num novo governo. Sua coalizão de centro-direita ficou em terceiro lugar as eleições parlamentares, que não tiveram um vencedor claro. As negociações para a formação de um novo governo devem começar em 20 de março.
A sentença é relacionada à publicação, em 2005, de uma conversa grampeada entre Piero Fassino, rival policio do ex-premiê que na época era líder do partido de centro-direita Esquerda Democrática (ED) e Giovanni Consorte, ex-presidente do Unipol, uma associação de seguradoras historicamente ligada ao ED.
Na época, o Unipol quase assumiu o controle de um dos principais bancos italianos, a Banca Nazionale del Lavoro (BNL). A tentativa foi bloqueada pelo banco central da Itália, o que contribuiu para a renúncia forçada do então presidente do BC italiano, Antonio Fazio.
O tribunal também ordenou que os irmãos paguem 80 mil euros em danos a Fassino. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
Em mensagem de e-mail, Berlusconi, que responde a mais dois processos por fraude fiscal e outro por ter pago por sexo com uma menor de idade, negou envolvimento no caso. O advogado do ex-primeiro-ministro assegurou hoje que as evidências contra seu cliente são "insuficientes". As informações são da Dow Jones e da Associated Press.