Berlusconi é acusado de ter pago pelos serviços sexuais de Ruby quando ela tinha 17 anos e de ter atuado para obter a libertação da jovem, quando ela foi detida por roubo (Franco Origlia/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 6 de julho de 2011 às 11h15.
Roma - O chefe de Governo italiano Silvio Berlusconi anotou um ponto no julgamento do caso Ruby, no qual é acusado de prostituição de menor e abuso de poder, depois que a Corte Constitucional considerou "admissível" o recurso apresentado por sua maioria parlamentar.
A Corte Constitucional não se pronunciou sobre o tema de maneira concreta e se limitou a admitir que examinará se o Tribunal de Milão tem competência ou não para processar o primeiro-ministro.
A corte decidirá sobre o recurso em vários meses, segundo fontes judiciais.
A moção apresentada pela maioria governamental alega que o chefe de Governo deve ser julgado apenas por um tribunal de ministros, ou seja, um colégio formado para a ocasião.
Berlusconi, 74 anos, é acusado de ter pago pelos serviços sexuais de Ruby, apelido da jovem marroquina Karima el Mahrung, quando ela tinha 17 anos, e de ter atuado junto à polícia de Milão para obter a libertação da jovem, depois que ela foi detida por roubo em 27 de maio de 2010.
Segundo a maioria parlamentar, Berlusconi não cometeu abuso de poder, já que atuou no caso por razões "institucionais" por acreditar que a jovem era sobrinha do ex-presidente egípcio Hosni Mubarak. Portanto, deveria ser julgado por uma instituição do Parlamento.
O julgamento pelo chamado caso Ruby começou em abril e a próxima audiência foi programada para 18 de julho.
A situação judicial do Cavaliere se complicou desde que, em 13 de janeiro, a Corte Constitucional anulou parcialmente, até outubro, a lei que garantia imunidade a Berlusconi como chefe de Governo, uma sentença que implicou a abertura de vários processos pendentes.