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Da Redação
Publicado em 21 de fevereiro de 2011 às 14h59.
Roma - O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, afirmou hoje que a Europa tem consciência de que viveu os últimos anos "acima de suas possibilidades" e que, por isso, apoia a linha de redução do déficit público defendida pelas autoridades da União Europeia (UE).
Berlusconi deu uma entrevista coletiva em Roma junto ao presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, com quem manteve uma reunião "em total sintonia", segundo ele, sobre a crise econômica na Grécia e as repercussões no restante dos países europeus e da zona do euro.
Entre os Governos europeus "existe a plena consciência de que viveram acima das próprias possibilidades", disse Berlusconi.
"Todos os países da Europa têm dívidas grandes e, em vez de fechar os orçamentos com uma margem que permitisse uma gradual redução da dívida, sempre os fecharam com uma margem de déficit para mais, o que aumentou a dívida", acrescentou.
O primeiro-ministro da Itália disse que o objetivo da zona do euro é a "defesa comum" da moeda única, o que requer uma coordenação de todas as políticas econômicas, "todas dirigidas para a redução das despesas e dos gastos públicos".
Por sua parte, Barroso, que agradeceu a Itália por sua contribuição com a resposta comum da Europa contra os especuladores, assegurou que este é o momento em que a UE pode dar um passo adiante em sua união, tirando lições da crise.
"Houve ações contra a dívida soberana de alguns Estados da zona do euro. E na Europa temos que nos preparar para defender-nos, mostrando solidariedade, não só com a Grécia, mas também com os demais países, para conseguir a estabilidade de toda a zona", disse o presidente da Comissão Europeia.
"Não podemos ter uma união monetária sem uma unidade econômica. Devemos pôr em prática o pacto de estabilidade e de crescimento e políticas alinhadas com nossa participação na liderança mundial", acrescentou.
Segundo Barroso, os especuladores não fizeram outra coisa nas últimas semanas além de aproveitar a "onda do excesso de dívida" de alguns países europeus, por isso é imprescindível impedir esses ataques reduzindo o déficit público.
O presidente da comissão expressou, além disso, seu desejo de que a Europa possa continuar sendo um dos líderes do Grupo dos Vinte (G20, países mais industrializados e os principais emergentes), liderando as reformas dos mercados financeiros "de maneira aceitável".