O ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi: "Se o governo caísse, seria algo indecoroso, mas não estamos dispostos a colaborar se a esquerda continuar a intervir sobre a questão da minha permanência", ameaçou (REUTERS/Alessandro Garofalo)
Da Redação
Publicado em 30 de agosto de 2013 às 17h10.
Roma - O ex-primeiro ministro da Itália e líder do partido Povo da Liberdade (PDL), Silvio Berlusconi, afirmou nesta sexta-feira que está disposto a derrubar o governo de coalizão do qual seu partido faz parte caso seja impedido de continuar na política.
"Se o governo caísse, seria algo indecoroso, mas naturalmente não estamos dispostos a colaborar se a esquerda continuar a intervir sobre a questão da minha permanência, o líder do PDL, na política", disse Berlusconi durante um discurso feito por telefone em um ato organizado por seus correligionários em Bassano do Grappa, no leste da Itália.
Berlusconi voltou a ameaçar o governo que o PDL forma junto com o Partido Democrata (PD) de Enrico Letta antes da reunião da Junta das autorizações do Senado, que acontecerá no dia 9 de setembro e terá que decidir sobre a expulsão do líder conservador do Parlamento após sua condenação definitiva a um ano de prisão por fraude fiscal.
"Após 20 anos, desde que entrei em política, se repete a mesma situação: por meio de medidas que nada têm a ver com a democracia, a esquerda tenta me tirar do meio por considerar que sou um obstáculo intransponível", manifestou.
"Nós esperamos que este governo siga adiante, mas esperamos também que os senhores do Partido Democrata tenham responsabilidade e decidam de maneira democrática", acrescentou.
Enquanto a próxima votação no Senado - sobre sua possível expulsão - não acontece, Berlusconi continua em busca de uma solução, e hoje convocou para uma reunião em sua casa em Roma os executivos de seu partido.
No último sábado, o PDL garantiu que a expulsão de seu líder do Senado seria algo "impensável" e "constitucionalmente inaceitável", mas dentro do partido existem diferentes correntes, e algumas delas parecem preferir um acordo em vez da derrubada do atual governo. EFE