Rússia: o prefeito decidiu que faria isso apenas em resposta a ataques em "cidades parceiras" (Anton Vaganov/Reuters)
Reuters
Publicado em 4 de abril de 2017 às 14h15.
Berlim - A decisão da cidade de Berlim de não iluminar seu marco mais famoso, o Portão de Brandemburgo, nas cores da bandeira russa para mostrar solidariedade com São Petersburgo após o ataque a bomba no metrô provocou indignação, levando críticos a classificar a decisão de "escândalo".
Em ataques ocorridos no passado em outros países, a cidade irradiou as cores das bandeiras da França, Turquia, Grã-Bretanha e Holanda no Portão de Brandemburgo, que dividia Berlim Oriental e Ocidental na Guerra Fria.
Um porta-voz da prefeitura de Berlim, no entanto, disse que o prefeito decidiu que faria isso apenas em resposta a ataques em "cidades parceiras". São Petersburgo, onde pelo menos 14 pessoas morreram em um ataque ao metrô na segunda-feira, não é uma delas.
Críticos argumentaram que as autoridades iluminaram o portão em cores do arco-íris no ano passado depois que um atirador matou 49 pessoas em um clube noturno em Orlando, na Flórida, e também nas cores israelenses depois de um ataque em Jerusalém. Essa cidades não são parceiras.
Enquanto as luzes da Torre Eiffel, em Paris, serão desligadas à meia-noite de terça-feira como sinal de respeito pelas vítimas do ataque de São Petersburgo, outros marcos europeus foram acesos da maneira habitual.
"O Ocidente tem o dever moral e político de mostrar solidariedade com as vítimas do terrorismo na Rússia. O fato de que o Portão de Brandemburgo não ser iluminado nas cores da Rússia foi, portanto, errado, sim, é até um escândalo ", escreveu o chefe do serviço russo da emissora alemã Deutsche Welle, Ingo Mannteufel.
Andreas Petzold, editor do semanário alemão Stern, descreveu os líderes de Berlim como "mesquinhos" em um tuíte.
As relações do governo alemão com Moscou deram um giro para pior quando a Rússia anexou a Crimeia em 2014 e se complicaram desde o conflito no leste da Ucrânia e o envolvimento da Rússia na guerra na Síria.
No entanto, alguns alemães que viviam na Alemanha Oriental Comunista antes da queda do Muro de Berlim em 1989 aprenderam a língua russa e viajaram para a União Soviética, e ainda se sentem perto de Moscou.
"Tenho a sensação desagradável de que as vítimas de bombas da Rússia estão sendo tratadas como se fossem de segunda classe. Isso seria moralmente repreensível e politicamente amador", disse Frauke Petry, chefe do Alternativa para a Alemanha (AfD), de direita.