Angela Merkel: a chanceler defendeu a decisão da Alemanha de restabelecer os controles fronteiriços para "melhorar" o registro dos solicitantes de asilo que chegam ao país (Clemens Bilan/AFP)
Da Redação
Publicado em 15 de setembro de 2015 às 11h54.
Berlim - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, anunciou nesta terça-feira que Berlim e Viena solicitaram ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, a realização de uma cúpula extraordinária da União Europeia (UE) na próxima semana para enfrentar a crise dos refugiados.
Merkel apelou à necessidade de se recuperar "o espírito europeu" para a busca de soluções em meio a um desafio como o amparo dos refugiados, e evitou falar sobre sanções aos países reticentes à repartição dos imigrantes, já que "as ameaças não são o caminho adequado para a unidade".
Em entrevista coletiva em Berlim após se reunir com o chanceler austríaco, Werner Faymann, Merkel ressaltou a necessidade de os líderes europeus, além das cotas debatidas pelos ministros de Interior, abordarem questões como a ajuda aos países de origem dos refugiados e a criação de mais centros para o registro dos solicitantes de asilo nas fronteiras exteriores da UE.
A chanceler defendeu a decisão da Alemanha de restabelecer os controles fronteiriços para "melhorar" o registro dos solicitantes de asilo que chegam ao país, uma semana após abrir as fronteiras de forma "excepcional" por motivos humanitários.
Merkel e Faymann convocaram a reunião diante da "situação de emergência criada" nas fronteiras de ambos os países e depois que a reunião de ministros de Interior em Bruxelas, na segunda-feira, não teve resultados concretos para a repartição por cotas dos refugiados entre os 28 membros da UE.
O ministro alemão, Thomas de Maizière, ressaltou nesta terça-feira a necessidade de se adotar "medidas" contra os países reticentes à participação no amparo de refugiados e considerou necessário aprovar "medidas de pressão" contra esses.
Enquanto Merkel insistia que as ameaças não são o caminho, o representante austríaco considerou que deveria ser opção dos "contribuintes líquidos", como Áustria e Alemanha, "analisar" os recursos financeiros que os outros países recebem.
"Não se pode pisar sobre o direito de asilo", enfatizou Faymann, para lembrar que a UE recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2012 pela defesa dos direitos humanos, que incluem o de asilo.