Berlim - O governo alemão convocou nesta sexta-feira o embaixador dos Estados Unidos, Stephan Steinlein, a uma "conversa" em relação às investigações abertas pela Promotoria Federal alemã por causa de um suposto caso de contra-espionagem.
O Ministério das Relações Exteriores de Berlim informou do pedido a Steinlein, vinculada com a detenção de um agente alemão que supostamente vazou aos EUA informação confidencial das investigações sobre as atividades da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) na Alemanha.
O suspeito, de 31 anos, supostamente funcionou durante dois anos como agente duplo para o serviço da NSA, segundo informações que também publicou a revista "Der Spiegel" e o jornal "Süddeutsche Zeitung".
A detenção foi feita por ordem da Promotoria, que na mesma quinta-feira informou disso à comissão de segredos oficiais do Parlamento e a qual investiga o escândalo da espionagem em massa dos EUA.
Segundo a edição digital de "Der Spiegel", o homem teria confessado que vendia seus serviços a Washington e recebia as instruções através da embaixada americana em Berlim.
O suposto agente duplo vazou 218 documentos internos alemães, incluindo três atas relacionadas com as investigações da comissão investigadora do Bundestag (Parlamento), de acordo com a informação publicada.
Em troca desses serviços, teria recebido 25.000 euros da espionagem americana, que lhe foram transferidos em um encontro na Áustria.
Em um primeiro comunicado, a Promotoria federal informou na quinta-feira simplesmente da detenção de um homem por suspeitas de trabalhar para um serviço secreto estrangeiro, sem dar mais detalhes.
Além disso, o porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, recusou hoje dar mais dados a respeito, remetendo à breve nota da Promotoria e explicou que Merkel tinha sido informada do assunto na mesma quinta-feira.
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1. Hilton olha pela fechadura da Starwood
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1/9 (Wikimedia Commons)
No início deste ano, terminou a briga entre as redes de hotelaria Hilton Hotels e Starwood Hotels & Resorts, iniciada em abril de 2009, quando a Starwood acusou a Hilton de roubar seus planos para o conceito de estilo de vida para propriedades da marca W, o chamado The Den Zen. Sem cerimônia, o Hilton, aliado a dois executivos da concorrente, não só roubou as informações, como também deu a seu novo empreendimento o nome Denizen. A decisão judicial considerou o Hilton culpado e ordenou a empresa que devolvesse os documentos surrupiados. Além disso, a rede de hotéis está proibida, até janeiro de 2013, de usar qualquer estilo de marca parecido com a da concorrente e de criar produto ou marca parecida com sua antiga Denizen, originada depois da espionagem. Ainda nesse prazo, o Hilton não vai poder contratar nenhum ex-funcionário da Starwood para seu grupo de luxo ou marcas de estilo mais requintado. Em comunicado, o presidente do Hilton lamentou o caso e declarou que a empresa está comprometida com a concorrência leal e a ética. A Starwood espera que sim.
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2. Furto na Petrobras leva a suspeita de espionagem
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2/9 (Arquivo/EXAME)
O sumiço de notebooks e discos rígidos da Petrobras, em 2008, deixou o Brasil com a pulga atrás da orelha. O que, a princípio, parecia ser um furto comum foi dado como um caso preocupante de espionagem industrial, já que o material perdido continha informações sigilosas da Petrobras sobre as descobertas do pré-sal. Em pouco tempo, a Polícia Federal voltou atrás e desconsiderou a hipótese de espionagem, depois de prender quatro suspeitos que trabalhavam no terminal de contêineres na zona portuária do Rio. Praticamente todo o material foi recuperado, e a PF garantiu que não houve vazamento de informações. Mesmo assim, o caso trouxe à tona ocorrências mais antigas de roubos de equipamentos e computadores da Petrobras, que também foram interpretados como espionagem industrial. Em declaração à imprensa, em 2008, Fernando Siqueira, presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPET), afirmou que vários laptops com informações importantes da Petrobras foram roubados das casas de engenheiros e outros profissionais. Na lista de suspeitos de Siqueira, só três empresas conseguiram se safar: as parceiras Galp e British Gas, e a OGX, de Eike Batista.
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3. Os mestres dos disfarces da Mattel
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3/9 (Getty Images)
Fora das prateleiras, as bonecas Bratz e Barbie são rivais também no tribunal. Em agosto do ano passado, a MGA Entertainment, fabricante da Bratz, acusou a Mattel, da Barbie, de fazer espionagem industrial há mais de 15 anos. E o método que teria sido usado pelos espiões é digno de Oscar. Segundo a MGA, funcionários da Mattel usaram crachás de identificação falsos para burlar a segurança das fábricas, inclusive da empresa Hasbro, para tirar fotos dos novos produtos das marcas. A querela está prevista para continuar no início deste ano, com um novo processo aberto em um tribunal da Califórnia, nos Estados Unidos.
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4. Espião da LG teria usado disfarce
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4/9 (Getty Images)
O gerente de qualidade da LG Eletronics, em 2007, poderia ser considerado um espião clássico. Ele foi acusado por quatro funcionários da Philips da Amazônia (Zona Franca de Manaus) de usar uma identidade falsa para entrar na unidade e ter acesso a detalhes sobre um novo produto da concorrente, a TV de LCD de 52 polegadas. A espionagem foi descoberta durante uma visita de quatro funcionários da fornecedora coreana LPL (joint venture da LG e Philips, que faz produtos para ambas) à fábrica da Philips em Manaus. Um dos visitantes, cujo nome apresentado era Justin Cho, foi reconhecido como gerente de qualidade da LG Eletronics de Manaus, que, na verdade, se chama Yul Rae Cho. Na tentativa de se defender, ele afirmou que era funcionário novo da LPL e não portava seu cartão naquele momento. A desculpa não colou e a Philips pediu investigação à polícia do Amazonas.
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5. O toma lá, dá cá da HP
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5/9 (Getty Images)
Vítima de vazamento de informações e documentos sigilosos para a imprensa, a Hewlett-Packard resolveu pagar na mesma moeda: grampeou telefones e contratou detetives particulares com identidades falsas. Se dizem que “chumbo trocado não dói”, desta vez, o ditado não funcionou. Em 2005, a Justiça americana acusou o conselho de administração da empresa – que, na época, era chefiado por Patricia Dunn e pela CEO Carly Fiorina – de usar meios ilegais para investigar os autores dos vazamentos. Com o burburinho, Jay Keyworth, um diretor mais antigo da HP, confessou ter passado documentos da empresa para o The Wall Street Journal. O escândalo custou os empregos de Dunn, Fiorina e Keyworth, além de uma mancha considerável na imagem da empresa.
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6. Na Pepsi, as paredes têm ouvidos
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6/9 (Germano Luders/EXAME)
Em 1994, quando ainda era uma franquia do grupo argentino Buenos Aires Embotelladora S/A (Baesa), a Pepsi resolveu partir para cima da concorrente Coca-Cola, que, na época, dominava 50% do mercado de refrigerantes. Com um plano estratégico confidencial, a Pepsi queria ampliar o número de pontos de venda, fábricas e caminhões para sair de vez dos 6% de vendas no país e chegar aos 30%, em poucos anos. A empresa só não contava com o fato de que sua maior rival teve acesso a todas as ideias antes. As informações chegaram por meio de um técnico de som, que entregou quatro fitas à Spal, empresa engarrafadora da Coca-Cola, em São Paulo. De lá, as fitas partiram para a sede da Coca no estado, onde foram transcritas pelo então gerente de operações Antônio Cesar Santos de Azambuja. A história só veio à tona quando o funcionário denunciou o ocorrido, depois de ser demitido sem motivo aparente. Enquanto, na Coca-Cola, diretores negavam ter ordenado a transcrição das fitas, a Pepsi não viu seus planos concretizados. Pior, teve uma forte queda nas vendas e acabou sendo vendida para a Brahma.
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7. Procter %26 Gamble procura informações até no lixo
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7/9 (Luciana Cavalcanti/Você S.A.)
Na ânsia por manter a competitividade com a Unilever, a Procter & Gamble meteu os pés pelas mãos, em 2001. Na época, a P&G contratou uma empresa especializada em investigação para ter mais informações sobre os negócios da concorrente nos Estados Unidos, principalmente os projetos voltados para cuidados com os cabelos. A espionagem foi descoberta depois que um dos detetives contratados foi surpreendido revirando o lixo da Unilever, em busca de dados secretos da empresa. Para evitar um processo na Justiça, a P&G teve que aceitar um acordo com a Unilever e pagar a ela uma indenização de 10 milhões de dólares.
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8. GM foi traída por ex-diretor
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8/9 (Marcio Fernandes/EXAME)
Se trocar de lado e bandear-se para a concorrência já pode ser interpretado como um ato de ingratidão ou falta de lealdade, imagine fornecer informações secretas do antigo empregador para o novo. Em 1993, o executivo José Ignacio López de Arriortúa, ex-diretor da General Motors na Europa, foi acusado de fazer exatamente isso, quando foi contratado para um alto cargo na Volkswagen. Junto com alguns assistentes, López teria roubado documentos e planos sigilosos da montadora americana para entregar de mão beijada à Volks. Uma das informações mais importantes que vazaram da GM foi o projeto de uma fábrica que poderia revolucionar a indústria de automóveis. Esse plano teria dado origem à unidade de fabricação de caminhões e ônibus da Volks em Resende, no Rio de Janeiro. Depois de uma guerra de quatro anos, a empresa alemã aceitou pagar uma indenização de 100 milhões de dólares e, ainda, gastar 1 bilhão na compra de peças da concorrente. O executivo López acabou saindo do mundo dos negócios e foi viver em uma fazenda no interior da Espanha.
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9. Motorola teria sido espionada desde 2001
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9/9 (Getty Images)
Em julho do ano passado, veio à tona uma séria denúncia de espionagem contra a empresa chinesa de telecomunicações Huawei, acusada pela Motorola de bisbilhotar informações sigilosas e importantes desde 2001. No processo judicial, a companhia americana afirma que 13 empregados Huawei usaram o nome da fornecedora Lemko para ter acesso aos dados. A Motorola quer ser indenizada e exige a devolução dos dados supostamente roubados. A disputa ainda não tem previsão para acabar, já que a Huawei negou todas as acusações e ainda rebateu, dizendo que vai lutar “vigorosamente” durante o processo. A Lemko, por sua vez, tomou as dores da acusada e alfinetou a Motorola ao afirmar que tudo isso foi uma forma encontrada pela companhia para melhorar sua imagem diante dos consumidores e denegrir a imagem da concorrência.