Boris Berezovsky em tribunal de Londres: Berezovski decaiu muito emocionalmente depois de sair derrotado em agosto de um julgamento contra seu ex-sócio (Carl Court/AFP)
Da Redação
Publicado em 1 de abril de 2013 às 10h10.
Moscou - O oligarca russo Boris Berezovski, encontrado morto em Londres, onde vivia no exílio, havia escrito ao presidente russo Vladimir Putin para pedir seu perdão, afirmou sua companheira em uma entrevista publicada nesta segunda-feira em Moscou na qual exclui qualquer hipótese de suicídio.
Berezovski, de 67 anos, ex-eminência parda do Kremlin, precisou se exilar da Rússia após a chegada de Putin ao poder, em 2000. No dia 23 de março foi encontrado morto no banheiro de sua residência com sinais aparentes de enforcamento.
O Kremlin afirmou imediatamente que Berezovski, feroz opositor a partir do exílio, havia escrito a Putin para implorar por seu perdão e pedir para retornar à Rússia.
Segundo Katerina Sabirova, uma mulher de 23 anos com quem o ex-milionário se relacionava nos últimos anos, Berezovski decaiu muito emocionalmente depois de sair derrotado em agosto de um julgamento em Londres contra seu ex-sócio Roman Abramovitch.
"Dizia 'estou muito mal, não sei mais o que fazer'", declarou Sabirova em uma entrevista ao semanário opositor The New Times.
Segundo ela, Berezovski falou então de retornar à Rússia.
"Disse que a única possibilidade para retornar à Rússia e melhorar sua situação era pedindo desculpas a Putin. Referia-se a isso como a última oportunidade", explicou a jovem.
"Vi o manuscrito, li. Pedia perdão e pedia para retornar", acrescentou.
A jovem indicou que a carta aparentemente foi enviada em novembro. "Um dia me disse, 'já está, vamos esperar a resposta'", disse a mulher.
Sabirova, que não vivia com Berezovski e não estava em Londres quando ele morreu, também exclui que tenha se suicidado.
"É extremamente difícil acreditar nisso", declarou.
Como vários parentes do falecido oligarca, a jovem descreveu sintomas similares à depressão em Berezovski nos últimos meses: sofria de insônia, não queria se levantar pela manhã, não saía mais e não queria ver ninguém.
Mas afirmou que eles combinaram de se encontrar em Israel no dia 25 de março para duas semanas de férias.