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Belo Monte: trabalhadores se reúnem para discutir proposta

Paralisação das atividades no canteiro de obras será votada hoje durante assembleia

A proposta do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), apresentada aos representantes do sindicato, não contemplou algumas exigências da categoria (Paulo Jares/VEJA)

A proposta do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), apresentada aos representantes do sindicato, não contemplou algumas exigências da categoria (Paulo Jares/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 18 de abril de 2012 às 11h35.

Altamira – Os trabalhadores da Usina Hidrelétrica de Belo Monte se reúnem em assembleia na tarde hoje (18) para decidir se paralisam as atividades no canteiro de obras. A proposta do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), apresentada aos representantes do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada do Estado do Pará (Sintrapav), não contemplou algumas exigências da categoria. A reunião foi intermediada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).

“Fizemos três rodadas de negociação, mas elas não avançaram na forma como os trabalhadores esperavam. Agora, eles vão levar a questão à assembleia, para decidir se aceitam ou não a proposta apresentada pelo CCBM, que é a de manter o período de intervalo das baixadas [período em que os trabalhadores podem visitar as famílias] em 180 dias, mas aumentando a duração de 9 para 19 dias. O problema é que esse período a mais, de dez dias, corresponderia à antecipação das férias. Os trabalhadores não concordaram com isso porque esse é um direito já assegurado por lei”, disse à Agência Brasil o procurador do MPT Roberto Ruy Rutowitcz Netto, que esteve presente nas reuniões de negociação.

Ele acrescentou que, em relação ao vale alimentação, a proposta da empresa foi aumentar de R$ 95 para R$110. “A princípio isso também não trouxe muita satisfação para os trabalhadores”, acrescentou. A reivindicação do sindicato era que esse valor chegasse a R$ 300 mensais.

O sindicato diz que fará assembleia ainda hoje para saber a posição da categoria em relação às propostas do consórcio.

“Agora, vamos aos canteiros apresentar a proposta aos trabalhadores. A empresa assinalou que não tem mais proposta final. É essa e acabou. Vamos então passar a questão para assembleia decidir. Caso não aprove [a proposta do CCBM], vamos entrar em estado de greve, preparar a correspondência em 48 horas e depois discutir isso no Tribunal Regional do Trabalho, na seção de dissídios coletivos”, informou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada do Estado do Pará (Sintrapav), Giovani Resende Silva.

“Hoje, 60% dos trabalhadores da usina são de outros estados e têm interesse em reduzir o intervalo entre as baixadas porque querem ficar mais dias com a família. E 40% são moradores da região e têm interesse em aumentar o valor do vale alimentação. Tudo agora vai depender de como a base vai entender a informação e qual é o anseio pessoal de cada um. É uma questão coletiva, mas tem anseios pessoais”, acrescentou o sindicalista.

O CCBM informou que só se manifestará sobre a reunião por meio de nota – que ainda não havia sido divulgada até o fechamento desta matéria. A obra foi encomendada ao CCBM por R$ 12,5 bilhões.

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