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Belo Monte: construtoras darão preferência à de mão de obra local

Medida foi tomada para tentar impedir problemas e protestos como os que ocorreram nas obras das usinas de Jirau e Santo Antônio

Rio Xingu, onde deve ser construída a usina de Belo Monte: construtora que menos rotatividade na obra (Paulo Jares/VEJA)

Rio Xingu, onde deve ser construída a usina de Belo Monte: construtora que menos rotatividade na obra (Paulo Jares/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 20 de abril de 2011 às 17h21.

Brasília – As empresas construtoras da Usina Hidrelétrica Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará, darão preferência à contratação de moradores da região e, em segundo plano, de famílias inteiras para trabalhar nas obras. Dessa forma, as empresas pretendem evitar a alta rotatividade ou a instabilidade emocional dos trabalhadores, como ocorreu recentemente no canteiro de obras da Usina Jirau, no Rio Madeira, em Rondônia.

Segundo o diretor da empreiteira Andrade Gutierrez e do consórcio construtor da usina, Henrique di Lello, neste setor, é comum haver grande rotatividade de funcionários, daí a preferência por trabalhadores da região. No caso de pessoas que vêm de outras regiões, a tendência é contratar famílias inteiras, para evitar problemas de natureza psíquica nos trabalhadores migrantes, disse Di Lello à Agência Brasil.

“Nós sabemos que a distância das famílias pode acarretar depressão ou problemas de fundo psicológico. Por isso, adotamos a estratégia de contratar também as esposas dos trabalhadores vindos de outras regiões. Se for o caso, ofereceremos estágios para os filhos. Assim, diminuiremos o risco de ter funcionários deprimidos por estar longe da família, argumenta afirmou o diretor do consórcio. Segundo ele, 13% dos contratados até o momento são mulheres.

A previsão inicial era que a obra civil da usina custaria R$ 19 bilhões, mas o custo estimado previsto no contrato já baixou para R$ 13,8 bilhões. “Há ainda a possibilidade de, na melhor das hipóteses, baixarmos em até 3% esse valor. Mas é uma possibilidade remota, que depende de diversos fatores para se tornar realidade.”

De acordo com di Lello, a previsão é de gastos de R$ 3,3 bilhões apenas com as condicionantes e com os programas previstos de contrapartida. Atualmente, há 300 funcionários trabalhando em Altamira, no Pará. A absoluta maioria ainda está atuando apenas na identificação e preparação dos locais onde a infraestrutura da obra será montada.

Os construtores esperam que, entre 15 de maio e 1º de junho, a obra entre em ritmo mais acelerado, após a melhoria dos acessos para a região e a obtenção da licença definitiva de instalação, que é emitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). “Estamos aguardando a conclusão dos trabalhos do Ibama para cumprir o cronograma da obra.”

Di Lello mostrou-se otimista com a nova diretoria do Ibama, por acreditar que dará mais celeridade à documentação, e também estar otimista com a indicação de um novo presidente para a Vale. “Avançamos muito nas negociações, e eu diria que, atualmente, a probabilidade de a Vale se tornar nossa parceira é de 95%”, concluiu.

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