Mundo

Bélgica pode oferecer asilo a ex-líder da Catalunha, diz ministro

O líder separatista catalão Carles Puigdemont foi destituído do cargo pelo governo da Espanha após o Parlamento da região declarar a independência

Ex-líder da Catalunha: Carles Puigdemont (Yves Herman/Reuters)

Ex-líder da Catalunha: Carles Puigdemont (Yves Herman/Reuters)

A

AFP

Publicado em 29 de outubro de 2017 às 12h27.

Última atualização em 29 de outubro de 2017 às 13h01.

A Bélgica poderia oferecer asilo ao líder separatista catalão Carles Puigdemont, sugeriu o ministro de Imigração belga, em meio à crise política na Espanha.

Puigdemont foi destituído pelo governo espanhol do cargo de presidente da Catalunha nesta sexta-feira (27), após o Parlamento da região declarar, unilateralmente, sua independência da Espanha. A procuradoria-geral anunciou que vai apresentar na semana que vem uma queixa-crime contra ele por "rebelião".

O ministro belga de Imigração, Theo Francken, membro do partido separatista flamenco N-VA, questionou se Puigdemont poderá receber um julgamento justo e mencionou que ele poderia obter asilo na Bélgica, se solicitasse, ao ser questionado a sobre essa possibilidade por uma jornalista.

"Não é pouco realista (pensar que a Bélgica poderia proteger Puigdemont), em vista da situação atual", declarou Francken à emissora VTM no sábado.

"Tendo em conta a repressão exercida por Madri e as penas de prisão propostas, cabe questionar-se se ele poderá contar com uma audiência justa nos tribunais".

De qualquer forma, não há indícios de que o dirigente queira abandonar a Catalunha e, neste domingo, o vice-presidente do governo catalão destituído, Oriol Junqueras, afirmou que o presidente da Catalunha "é e vai continuar sendo" Puigdemont.

Em 1 de outubro, a Catalunha realizou um referendo de independência considerado inconstitucional, que o governo central reprimiu com violência policial, desencadeando uma crise política sem precedentes no país. Na última sexta-feira, o Parlamento regional aprovou a declaração unilateral de independência.

Em resposta, o Executivo central dissolveu o governo regional e convocou eleições regionais para dezembro, enquanto a comunidade internacional rechaçou a declaração unilateral do governo e mostrou unidade ao respaldar o presidente da Espanha, Mariano Rajoy.

Reino Unido, França, Alemanha e União Europeia manifestaram firme apoio ao governo espanhol, mas o primeiro-ministro belga, Charles Michel - que governa em coalizão com o partido separatista N-VA -, se mostrou mais comedido em sua resposta, pedindo uma "solução pacífica", com "respeito à ordem nacional e internacional".

Acompanhe tudo sobre:CatalunhaEspanha

Mais de Mundo

Violência após eleição presidencial deixa mais de 20 mortos em Moçambique

38 pessoas morreram em queda de avião no Azerbaijão, diz autoridade do Cazaquistão

Desi Bouterse, ex-ditador do Suriname e foragido da justiça, morre aos 79 anos

Petro anuncia aumento de 9,54% no salário mínimo na Colômbia